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Hezbollah anuncia apoio a protestos contra o governo no Líbano

Ministros e aliados do poderoso grupo xiita, que integra o gabinete multissectário, abandonam reunião de emergência sobre crise do lixo

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Por Redação
Atualização:

BEIRUTE - O poderoso grupo libanês xiita Hezbollah saiu em apoio aos protestos populares em Beirute nesta segunda-feira, 25, que pedem a renúncia do governo. As manifestações começaram no fim de semana com o descontentamento da população com as pilhas de lixo não recolhido nas ruas, mas converteu-se em uma demonstração de insatisfação geral contra os políticos. 

Ministros e aliados do grupo Hezbollah saíram de uma reunião de quatro horas com o gabinete libanês marcada com a intenção de discutir o agravamento da crise. O primeiro-ministro, Tammam Salam, ameaçou renunciar no domingo. A reunião foi realizada na nova sede fortificada. Na segunda-feira, sob temor de ataques, foram levantados muros de concreto em volta do prédio, que manifestantes rapidamente cobriram com coloridos desenhos antigoverno.

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O encontro, porém, não obteve resultados e o gabinete rejeitou por unanimidade as empresas vencedoras de um processo de licitação para gerenciar os serviços de lixo de Beirute, alegando custos elevados. Um comitê ministerial foi encarregado de reiniciar a licitação.

Ativistas de Beirute que lideram a campanha chamada ‘Você Fede’ realizaram duas grandes marchas no fim de semana e uma menor na segunda-feira. Os protestos que, inicialmente começaram de forma pacífica, se tornaram violentos após confrontos entre a polícia e os manifestantes. 

Em nota, o Hezbollah afirmou que apoia as manifestações, qualificando-as de “direito legítimo”.O grupo integra o governo de partilha de poder multissectário do Líbano. Há mais de um ano, os políticosestão paralisadose não conseguem chegar a um consenso sobreum presidente, cujo posto está reservado para os cristãos. De acordo com esse sistema, o primeiro-ministro deve ser um sunita e o presidente do Parlamento, um xiita.

O atual presidente do Parlamento, Nabih Berri, por sua vez, está no posto há 23 anos. O legisladores estenderam seu mandato duas vezes sem eleições e chegaram a um impasse, já que alguns deles insistem que um presidente deve ser eleito primeiro antes da troca do chefe do Legislativo. / AP e REUTERS 

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