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Maduro afirma que argentinos ‘lutarão’ contra Macri

Para venezuelano, EUA fazem lobby na região para outros presidentes se pronunciarem contra a Venezuela

Atualização:

CARACAS - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse na noite de sábado que “o povo da Argentina está pronto para lutar” contra o governo do presidente eleito do país, Mauricio Macri, que assumirá no dia 10 no lugar de Cristina Kirchner. Maduro fez a declaração em um ato na cidade de Maracaibo, segunda cidade mais importante da Venezuela, retransmitido pelo canal estatal VTV.

Maduro não fez mais referências sobre a Argentina, embora tenha dito que o presidente eleito Mauricio Macri ganhou as eleições presidenciais, em um segundo turno realizado no dia 22, por uma margem “micromilimétrica”.

Nicolás Maduro participa de um ato de governo em Maracaibo Foto: EFE/PRENSA MIRAFLORES/ SOLO USO EDITORIAL / NO VENTAS

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A Argentina deixará para trás 12 anos de governos kirchneristas, aliados de Maduro e de seu antecessor, Hugo Chávez, morto em 2013. O futuro presidente da Argentina advertiu recentemente que pedirá na próxima cúpula do Mercosul, no mês que vem, que seja aplicada a cláusula democrática contra a Venezuela em razão da “perseguição” a seus opositores e pela violação “à liberdade de expressão”. Os uso da cláusula democrática pode causar a suspensão de Caracas do bloco.

O governo de Maduro rejeitou o anúncio de Macri e o qualificou de um “ato de ingerência nas eleições parlamentares” da Venezuela, marcadas para domingo. Pelo mesmo motivo, ele acusou a União Europeia e o governo dos Estados Unidos.

“O que lhes cabe é reconhecer a revolução bolivariana, reconhecer os resultados do dia 6 de dezembro e deixar de conspirar e de apoiar os grupos extremistas de direita”, acrescentou Maduro, após rotular os EUA de “império assassino de crianças e povos”.

“O governo dos EUA também deve deixar de fazer lobby, pressionando presidentes e primeiros-ministros no mundo para que se pronunciem contra a Venezuela, como no caso de Macri”, afirmou o presidente venezuelano. 

Ainda no sábado, a missão eleitoral que a União de Nações Sul-Americanas (Unasul), liderada pelo ex-presidente dominicano Leonel Fernández, enviou à Venezuela, teve reuniões com os setores envolvidos na eleição, incluindo autoridades eleitorais e partidos.

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Desde ontem, segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), está proibida a publicação de pesquisas de intenção de voto. A campanha eleitoral termina na quinta-feira, três dias antes da votação, para a qual foram convocados cerca de 19 milhões eleitores que escolherão todos os 167 deputados da Assembleia Nacional, que há quase 15 anos tem maioria governista. / EFE

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