100 trabalhadores na mídia teriam sido mortos em 2001

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Teme-se que o número de trabalhadores da mídia mortos em todo o mundo em 2001 chegue a 100, o total mais alto em seis anos, anunciou, nesta segunda-feira, a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ). Devido aos atentados de 11 de setembro, os Estados Unidos foram o país onde houve o maior número de mortes. O relatório anual da FIJ relacionou quatro jornalistas e oitos trabalhadores na mídia mortos nos EUA. Entre eles, William Biggart, um fotógrafo da agência Impact Visual, que correu para o World Trade Center para cobrir o ataque em Nova York, e Robert Stevens, o editor de fotografia morto por uma carta infectada com antraz enviada para o escritório da American Media Inc. na Flórida. Também constam da lista seis engenheiros de radiodifusão que estavam trabalhando na Torre Um do World Trade Center em 11 de setembro e Thomas Pecorelli, um operador de câmera free-lancer que viajava no avião da American Airlines que colidiu com a torre. Mais uma vez, a Colômbia lidera a lista do número de jornalistas diretamente visados para serem assassinados, com quatro casos confirmados e seis sob investigação. "A lista das baixas da mídia é um lembrete trágico do preço que pagamos pela liberdade de imprensa e pela democracia", disse Aidan White, secretário-geral da Federação Internacional de Jornalistas, que representa 500 mil profissionais de mídia de 106 países. Em uma entrevista, afirmou que a lista de 77 mortes confirmadas de profissionais da mídia noticiosa no exercício do seu trabalho e mais 23 que estão sendo investigadas, em 2001, é uma "estimativa modesta", que tenderá a crescer à medida que surjam mais informações nos próximos meses. Disse que mais de mil foram mortos nos últimos dez anos e pediu aos governos e à indústria da mídia que tomem medidas para diminuir esse número. Entre os jornalistas que constam da relação está Kerem Lawton, de 30 anos, um produtor da Associated Press Television News, morto em 29 de março durante um ataque de morteiro enquanto cobria a instalação dos pacificadores liderados pela OTAN ao longo da fronteira de Kosovo com a Macedônia. Ressaltando a ameaça global de assassinato para os jornalistas investigativos, White citou a morte de Mario Coelho, do jornal brasileiro A Verdade, morto a tiros um dia antes da data em que deveria prestar depoimento em um caso de difamação criminal, e Martin O´Hagan, que se especializou em revelar o submundo paramilitar da Irlanda do Norte e foi morto a tiros por supostos pistoleiros anticatólicos. Outras mortes na mídia americana incluem dois jornalistas e um engenheiro de radiodifusão mortos em desastres de avião quando cobriam acontecimentos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.