101 políticos ligados a Kirchner são suspeitos de irregularidades

De acordo com dados levantados pelo jornal ?La Nación?, quase todos os processos contra aliados de presidente estão praticamente parados

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Por Ariel Palacios
Atualização:

Buenos Aires - Cento e um integrantes e ex-integrantes do governo do presidente argentino, Néstor Kirchner, são suspeitos de participação em casos de corrupção e irregularidades nos últimos quatro anos e meio. Levantamento do tradicional jornal La Nación - com dados do Departamento Anticorrupção e da Procuradoria de Investigações Administrativas - indica que a maior parte das investigações na Justiça sobre esses casos está praticamente estancada. Entre os funcionários processados por corrupção não há nenhum de primeiro escalão. De forma geral, os homens de Kirchner que foram levados aos tribunais são integrantes do segundo ou terceiro escalão. Entre os 101 indiciados na Justiça que até agora conseguiram driblar a ida aos tribunais estão o ministro do Planejamento, Julio De Vido, e o chefe do gabinete, Alberto Fernández. De Vido é o braço-direito de Kirchner na área econômica e Fernández é o homem de confiança do presidente na área política. De Vido foi indiciado em quatro casos e Fernández, em três. Outro assessor, o secretário de Transportes, Ricardo Jaimes, foi indiciado em seis casos de corrupção. Os escândalos mais famosos de corrupção são os do Caso Skanska (subornos para a construção de gasodutos) no qual foram indiciados 23 funcionários de Kirchner; o "banheirogate" (descoberta de uma sacola com uma quantia entre US$ 64 mil e US$ 241 mil sem declarar no banheiro da ex-ministra da Economia Felisa Miceli); e o "caso da mala" (contrabando de US$ 950 mil transportados da Venezuela para a Argentina que envolve pessoas ligadas ao governo do presidente venezuelano, Hugo Chávez). Além dos 101 civis estão outros 45 integrantes das Forças Armadas e da polícia, investigados pela Justiça. CALÇADOS Kirchner e a primeira-dama, Cristina, participam hoje da inauguração de uma fábrica brasileira de calçados em Chivilcoy, a 160 quilômetros de Buenos Aires. Nos últimos dois meses, Kirchner - na estratégia de aproximar-se do setor empresarial - levou Cristina à maioria de inaugurações de instalações industriais. A participação do casal no evento também é um sinal da aproximação que os Kirchners pretendem empreender com o Brasil, país que é o terceiro maior investidor na Argentina. Amanhã, Cristina - candidata do governo para a eleição presidencial do dia 28 - estará em Brasília para reunir-se com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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