11 de Setembro: Bin Laden assume autoria e exime único condenado

Voz atribuída ao líder máximo da Al-Qaeda diz que confissão de Moussaoui é resultado das pressões contra ele durante quatro anos e meio nas prisões americanas

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Por Agencia Estado
Atualização:

Em uma nova fita de áudio divulgada na internet nesta terça-feira, o líder máximo da organização terrorista Al-Qaeda, Osama bin Laden, livrou o único condenado nos EUA pelo 11 de Setembro, Zacarias Moussaoui, de qualquer participação nos ataques. Na gravação, a voz atribuída à Bin Laden diz ter autorizado pessoalmente a ação dos 19 seqüestradores que protagonizaram os ataques contra as cidades americanas, que matou 3 mil pessoas. "Ele (Moussaoui) não teve qualquer ligação com o 11 de Setembro. Fui eu o responsável pela atribuição da tarefa aos 19 irmãos e nunca disse ao irmão Zacarias para ajudá-los nessa missão", diz a voz. Dois funcionários da inteligência antiterrorismo dos EUA, que falaram sob condição de anonimato, disseram que as autoridades americanas já estão cientes da mensagem. Segundo uma das fontes, não há razões para duvidar da autenticidade da gravação. A fonte disse ainda que a mensagem é parte dos esforços continuados de Bin Laden em demonstrar sua relevância como líder extremista, e tem como único objetivo fins propagandistas, pois não contém qualquer ameaça. A gravação, que tem menos de cinco minutos de duração e veio a público em um site comumente utilizado pela Al-Qaeda, foi transmitida com uma foto de Bin Laden. Apesar das afirmações, a autenticidade da fita não pôde ser verificada. Moussaoui foi sentenciado à prisão perpetua no último dia 4. O francês de ascendência marroquina de 37 anos assumiu no ano passado ser culpado de conspirar para os ataques. Para Bin Laden, no entanto, a confissão não tem validade, pois seria resultado "das pressões exercidas contra ele durante quatro anos e meio" nas prisões americanas. Esta é a terceira fita atribuída a Bin Laden divulgada em 2006. Em uma gravação transmitida por uma rede de TV árabe em março, o líder extremista criticou os Estados Unidos e a Europa por cortar o repasse de fundos ao governo palestino, assumido pela organização radical islâmica Hamas. Bin Laden acusou os Estados Unidos de liderarem uma guerra "sionista" contra o Islã, e pediu que seus seguidores combatam qualquer força de paz da ONU no Sudão. Em janeiro, o líder da Al-Qaeda apareceu em outra gravação de áudio, alertando para a realização de novos ataques contra os Estados Unidos. Nesta fita - a primeira em mais de um ano -, Bin Laden também ofereceu uma trégua aos americanos.

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