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11 fatos essenciais sobre armas e massacres nos EUA

Episódios de violência são recorrentes no território americano e sempre aumentam o debate sobre o acesso a armas de fogo no país

Atualização:

O massacre no campus de uma faculdade comunitáriano Oregon, que deixou 10 mortos na primeira semana de outubro, é o incidente mais recente nos Estados Unidos relacionado à violência por uso de armas de fogo.

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Só neste ano, foram 294 massacres em 274 dias, incluindo o ataque a duas instalações militares em Chattanooga, deixando 5 mortos, e à Igreja Metodista Episcopal Africana em Charleston, que deixou 9 vítimas.

Na segunda-feira, segundo o jornal britânico The Guardian, os estados de Wisconsin e Michigan propuseram a criação de leis para expandir o acesso a armamentos em campi universitários, tanto dentro dos prédios quanto nas salas de aula. A polêmica abre espaço para outras propostas a respeito do controle de acesso a armas de fogo, de acordo com o jornal The Washington Post.

Confira abaixo alguns fatos relacionados a armas e tiroteios.

Não é rara a ocorrência de massacres nos EUA

A revista esquerdista Mother Jones mapeou a ocorrência dos massacres de 1982 a maio de 2015 nos EUA, e verificou que “em ao menos 61 casos houve uso de arma de fogo”. A publicação define como massacre quando mais de três pessoas são mortas em locais públicos. Na maioria dos casos, os assassinos conseguiram obter a arma legalmente.

Quase ⅓ das famílias americanas alegam ter armas de fogo em casa

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De acordo com o censo americano, apesar de ser um número em queda, 31% dos adultos alegaram ter armas de fogo em casa em 2014, o que representa 17 pontos percentuais abaixo do pico registrado de 1977 a 1980. Uma pesquisa da Pew Research Center revelou que enquanto os negros têm mais chances do que brancos de se tornarem vítimas de homicídio por arma de fogo, a probabilidade de eles terem armamentos em casa é cerca de 50% menor do que os brancos: 41% (brancos) contra 19% (negros).

Tiroteios têm se tornado mais comum nos últimos anos

Segundo um relatório divulgado pelo FBI com dados de 2000 a 2013, os tiroteios são cada vez mais frequentes nos EUA. Nos primeiros 7 anos do estudo, a média era de 6,4 incidentes por ano; nos últimos 7, o número saltou para 16,4. Esses casos se diferem dos grandes massacres pois, segundo órgãos como o FBI, deixam menos de três vítimas, excluindo-se episódios em que o homicídio foi resultado de crimes, como assaltos e brigas entre gangues.

De todos os massacres nos EUA, ao menos a metade ocorreu depois de 2007

Grande parte dos ataques mais mortais no país ocorreram nos últimos anos, incluindo os massacres na Escola Primária de Sandy Hook, em Newtown, e no instituto Virginia Tech, em Virgínia. Dentre todos os episódios de violência registrados, esses foram os que deixaram mais vítimas, 28 e 33 mortos, respectivamente.

Apesar de EUA ser um país violento, a situação já foi pior

A sociologista da Duke University, Kieran Healy, afirmou ao Washington Post que hoje o país é menos violento do que era há 40 anos, e que o número de mortos resultantes em casos de assaltos vem caindo pela metade.

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O sul é a região mais violenta dos EUA

Kieran também destacou que o sul é a região mais violenta, enquanto o norte é a mais segura. Até 2008, o oeste do país era a segunda mais violenta. No entanto, a partir do ano seguinte, o centro-oeste passou a ocupar a segunda posição.

Mais armas tendem a levar a mais homicídios

O Centro de Pesquisa e Controle de Lesões de Harvard avaliou a literatura acadêmica da universidade sobre armas e homicídios, e encontrou evidências suficientes que confirmam que quanto mais armas houver, mais assassinatos ocorrerão.

Estados com leis mais rígidas registram menos mortes por armas de fogo

Em 2011, o economista Richard Florida se aprofundou na relação entre mortes por armas de fogo e outros indicadores sociais. Ele descobriu que grandes populações, alto nível de estresse, grande quantidade de imigrantes e incidência de doenças mentais não apresentam uma ligação com o número de mortes por armas de fogo. No entanto, ele percebeu que os estados com leis mais rígidas de acesso a armamentos pareciam apresentar menos mortes.

Controle de armas, de maneira geral, não é uma medida popular

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Desde 1990, a empresa de pesquisa de opinião Gallup tem sondado os americanos sobre leis de controle de armas mais rígidas. “Menos da metade dos americanos, cerca de 47%, dizem que são a favor de leis mais rígidas”, diz Gallup. “Mas essa porcentagem é inferior aos 58% registrados em 2012, depois do massacre na escola da Sandy Hook, em Newtown. Cerca de 38% dos americanos afirmam que as leis deveriam ser mantidas do jeito que estão, e 14% afirmam que elas deveriam ser mais rígidas.”

Americanos são mais favoráveis a políticas particulares de controle de armas

Enquanto muitos americanos apoiam fortemente o direito de portar armas, eles também são favoráveis a restrições específicas, como checagem de histórico dos compradores e a criação de um banco de dados federal para rastrear armamentos.

A ocorrência de massacres não costuma afetar a opinião pública sobre o controle de armas

Outra pesquisa realizada pelo Pew Research Center, após o massacre em Newtown, determinou que em 2014 foi a primeira vez em mais de 20 anos que os americanos se mostraram mais favoráveis ao direito de portar armas do que ao controle delas.

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