114 países exigem de Israel cumprimento da Convenção de Genebra

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Por Agencia Estado
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Os países árabes obtiveram uma importante vitória diplomática no conflito entre palestinos e israelenses. Hoje, em Genebra, 114 governos concluíram que Israel deve respeitar as populações palestinas nos territórios ocupados e acabar com violações à Convenção de Genebra, de 1949, que regula a proteção de civis em situações de guerra ou ocupação. Os Estados Unidos e a Austrália, além dos israelenses, não compareceram à reunião. A declaração adotada no final da reunião não tem caráter legal e não existe mecanismos para punir ou condenar as ações de Israel. "O que conseguimos foi uma demonstração moral de que parte importante da comunidade internacional não aceita o que está ocorrendo no Oriente Médio", afirma um diplomata árabe. A declaração considera ilegais os assentamentos judeus em territórios ocupados depois da Guerra dos Seis Dias, em 1967. Além disso, a declaração pede que Israel interrompa atos de tortura, assassinatos e apropriação de territórios. Segundo a proposta de declaração, Israel deveria evitar represálias contra populações civis e não poderia restringir o livre movimento de pessoas. Caso contrário, estaria violando as leis do direito humanitário. No início da semana, Israel chegou a pedir a anulação da conferência, alegando que seria apenas mais uma forma de atacar o governo israelense. "Trata-se de um abuso dos instrumentos humanitários e existe o perigo desses mecanismos se tornarem armas para ataques políticos", afirma Israel em um comunicado. Enquanto os diplomatas se reuniam, palestinos e israelenses protestavam em frente às Nações Unidas. Para o estudante judeu Ricardo Guth, "a reunião não contribui para a paz e apenas pode produzir uma onda de anti-semitismo".

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