12.000 turcos fazem passeata contra extremismo islâmico

Memmbros de mais de 100 associações em defesa do secularismo marcharam diante do mausoléu de Mustafa Kemal Ataturk, fundador do moderno Estado turco

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Por Agencia Estado
Atualização:

Milhares de turcos nacionalistas fizeram uma passeata pela capital do país neste sábado, 4, prometendo defender o regime secular contra a influência do Islã radical, e pedindo que o governo não faça concessões demais à União Européia (UE) para ser aceito no bloco. Cerca de 12.000 pessoas, de mais de 100 associações em defesa do secularismo, agitaram bandeiras turcas e marcharam pelo mausoléu de Mustafa Kemal Ataturk, o fundador do moderno Estado turco. "A Turquia é secular e continuará secular", gritavam, durante a passeata, transmitida ao vivo por canais de televisão. O general reformado Sener Eruygur, presidente da Associação Pensamento de Ataturk e ex-comandante das forças paramilitares turcas, advertiu contra os supostos planos do premier Recep Tayyip Erdogan de disputar a Presidência. Erdogan é membro de um partido de base religiosa, e o posto de presidente é um símbolo do secularismo na Turquia. O atual presidente, Ahmet Necdet Sezer, vai se aposentar em maio, e o Parlamento, dominado por Erdogan, escolherá o novo chefe de Estado. Eruygur também pediu protestos contra a exigência da UE pela concessão de mais direitos aos curdos e outras minorias. A Turquia trava uma guerra contra o separatismo curdo que já deixou mais de 37.000 mortos desde 1984. Muitos turcos vêem a concessão de mais direitos à minoria como uma capitulação frente aos rebeldes. A Comissão Européia, braço executivo da UE, deve emitir em breve um relatório com duras críticas á Turquia, acusando o país de se atrasar nas reformas políticas e exigindo importantes progressos, ao longo de 2007, se o país quiser se manter na linha para vir a integrar o bloco. O texto preliminar do relatório, obtido pela Associated Press, afirma que a Turquia está fracassando em metas de direitos humanos, incluindo liberdade de expressão, direitos das mulheres, direitos sindicais e no controle civil das Forças Armadas.

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