26 de agosto de 2010 | 22h03
CIDADE DO MÉXICO - Já foram identificadas 20 dos 74 corpos encontrados no nordeste do México após uma chacina contra imigrantes ilegais. O embaixador do Brasil no México, Sérgio Augusto de Abreu, confirmou na quinta-feira, 26, ao canal de televisão Milenio as primeiras 15 identificações. Posteriormente, as autoridades locais disseram que outros cinco cadáveres haviam sido identificados, embora as identidades e nacionalidades não foram reveladas.
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Segundo um porta-voz da Procuradoria do estado de Tamaulipas, onde ocorreu o massacre, entre os identificados de hoje, "quatro deles são salvadorenhos e um é brasileiro". O chanceler de El Salvador, Hugo Martínez, confirmou mais cedo as informações sobre os corpos de quatro cidadãos de seu país.
De acordo com o embaixador brasileiro, cinco médicos legistas trabalham na cidade de San Fernando, local da chacina. Uma fonte da Procuradoria do estado de Tamaulipas confirmou à Efe que 32 necropsias foram feitas e 15 vítimas foram identificadas, mas não deu detalhes sobre suas nacionalidades. Segundo a fonte, a Procuradoria-Geral da República (PGR) será a responsável por divulgar os relatórios das investigações.
Nesta quinta-feira, oito diplomatas do Brasil, El Salvador, Honduras e Equador - países dos quais seriam os mortos - chegaram a Tamaulipas para acompanhar os trabalhos de identificação dos 72 imigrantes assassinados, informou hoje o governo mexicano.
O Brasil está representado pelo cônsul-geral brasileiro no México, Márcio Araújo Lage, e o vice-cônsul, João Batist Zaidan Fernandes.
A polícia acredita que os imigrantes foram mortos por traficantes do cartel Los Zetas após se negarem a trabalhar como matadores de aluguel para os criminosos. A única testemunha do crime é o equatoriano Luis Freddy Lala Pomavilla, que sobreviveu à chacina e entrou em contato com as autoridades.
Devido às informações da testemunha, que foi baleada na garganta e está internada, forças da Marinha do México seguiram na terça-feira para a comunidade de San Fernando, em Tamaulipas, onde um confronto armado terminou com as mortes de um militar e três suspeitos. Depois do tiroteio, as autoridades encontraram em um rancho próximo os cadáveres de 72 pessoas, 58 homens e 14 mulheres.
Calcula-se que, a cada ano, quase 300 mil imigrantes ilegais cruzam a fronteira sul do México com a intenção de chegar aos EUA.Muitos deles são vítimas de extorsão, roubo, estupro e sequestro.
Atualizado às 9h00 da sexta-feira para acréscimo de informações.
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