200 reféns e 27 terroristas mortos em escola russa

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Por Agencia Estado
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Mais de 200 pessoas morreram e cerca de 700 ficaram feridas na operação militar que levou à libertação, após mais de 50 horas de cerco, de uma escola tomada por um comando terrorista que mantinha mais de mil reféns no local. Segundo um policial russo, a invasão da escola não estava planejada, e foi decidida depois que bombas colocadas pelos seqüestradores no ginásio da escola começaram a explodir. O teto do ginásio caiu, matando diversos reféns. Dos reféns mortos, 95 foram identificados até agora. Mesmo após a liberação da escola, tiros e explosões ainda podiam ser ouvidos nas ruas da cidade de Beslan. Mais tarde, a agência do notícias Interfax informou, citando fontes do centro de controle que administrou a crise, que 27 terroristas haviam sido mortos - oito na escola e os demais, em combates nos arredores. Autoridades dizem que três supostos seqüestradores haviam sido presos tentando escapar em trajes civis; e uma rádio noticiou que uma mulher, também suspeita de ter tomado parte na captura da escola, havia sido presa tentando entrar num hospital. As reivindicações feitas - incluindo o fim da guerra na Chechênia - ligavam os seqüestradores ao movimento separatista da república russa de maioria muçulmana, que abriga um forte movimento pela independência e foi invadida diversas vezes por tropas do governo de Moscou, mas o principal líder da rebelião chechena, Aslan Maskhadov, negou qualquer envolvimento. De acordo com a agência russa ITAR-Tass, citando fontes no serviço secreto russo, a operação na escola foi planejada pelo principal comandante militar checheno, Shamil Basayev, e possivelmente financiada pela rede terrorista Al-Qaeda. Basayev é o terrorista mais procurado da Rússia: em 1995, ele liderou um comando de 150 homens à cidade de Budyonnovsk, onde fez mais de mil reféns no hospital local. Autoridades russas reforçam a idéia de uma conexão com a Al-Qaeda informando que pelo menos dez dos seqüestradores da escola eram ?mercenários? árabes. Volta às aulas Toda a crise teve início por volta das 9h00 da manhã de 1º de setembro (2h00 da madrugada no horário de Brasília), quando entre 20 e 30 terroristas, alguns usando cinturões explosivos, invadiram e tomaram a escola, fazendo mais de mil reféns, entre professores, crianças e pais de alunos. Era dia de volta às aulas na Escola Média nº 1 de Beslan, na Ossétia do Norte. Até o fim do cerco à escola, às 23h30 (16h30, em Brasília) desta sexta-feira, os seqüestradores não permitiram que os reféns recebessem água ou comida. Adultos libertados na operação militar descreveram crianças desmaiando de fome e pais tentando convencer os filhos a beber a própria urina. Leia mais Rússia diz que terror foi financiado pela Al-Qaeda Mortes em libertação de escola russa superam as 200 Líderes mundiais condenam terrorismo Termina o combate em escola russa Tropas russas tomam o porão da escola; nova explosão Dez seqüestradores morreram, dizem autoridades russas ?Eles tinham olhar de pessoas loucas?, diz refém Cinegrafista diz ter visto cem corpos em escola Seqüestradores ainda trocam tiros com soldados russos Pelo menos 200 pessoas estão internadas em Beslan Pelo menos 30 pessoas conseguem fugir da escola russa Situação continua crítica em escola russa, em Beslan Seqüestro na Rússia é um dos mais trágicos da história recente

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