3 milhões de venezuelanos já deixaram o país, dizem agências da ONU
Principal destino dos migrantes e refugiados é a Colômbia, que já recebeu 1 milhão de pessoas, segundo dados do Alto Comissariado da ONU para Refugiados e da Organização Internacional de Migrações; Brasil aparece em 6º lugar, com 85 mil venezuelanos
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Por Jamil Chade , Correspondente e Genebra
Atualização:
GENEBRA - Agências da ONU anunciaram nesta quinta-feira, 8, que o número de refugiados e migrantes venezuelanos já chega à marca de 3 milhões de pessoas. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 8, pelo Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur) e pela Organização Internacional de Migrações (OIM).
Ao final de julho, a ONU estimava que 2,3 milhões de venezuelanos já estavam fora do país. No último dia de setembro, a organização ampliou sua estimativa para 2,6 milhões de venezuelanos - naquele momento, 5 mil pessoas por dia tomavam a estrada em direção aos países vizinhos.
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Hoje, apenas na América Latina, os venezuelanos já somariam 2,4 milhões de pessoas, enquanto países como Espanha, Canadá, EUA, entre outros, teriam acolhido outros 600 mil cidadãos do país caribenho. A ONU não divulgou o número de venezuelanos deixando o país a cada dia.
A mais quantidade de venezuelanos está na Colômbia, para onde se dirigiram um milhão de venezuelanos que deixaram a crise econômica, social e política do governo de Nicolás Maduro. Outros 500 mil estão no Peru, contra 220 mil no Equador, 130 mil na Argentina e 100 mil no Chile. O Brasil aparece apenas na sexta colocação, com 85 mil venezuelanos.
"Os países na América Latina mantiveram em grande parte uma política de portas abertas para esses refugiados e migrantes da Venezuela. Mas sua capacidade de recepção está severamente afetada, exigindo uma resposta mais imediata e robusta da comunidade internacional, se quisermos que essa generosidade e solidariedade continuem", disse Eduardo Stein, representante especial da ONU para a crise de migração na Venezuela.
Em busca de refúgio: venezuelanos se espalham entre fronteiras com o Brasil, Colômbia e Equador
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Venezuelanos seguem parao Peru pelarodovia Panamericana em Tulcán, no Equador. Ogoverno equatoriano anunciou que venezuelanos que entrem no país dever... Foto: Photo by Luis ROBAYO / AFPMais
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Crianças venezuelanas posam para foto em frente a monumento brasileiro na fronteira com a Venezuela, em Pacaraima, Rondônia. Moradores da cidade expul... Foto: Photo by Mauro PIMENTEL / AFPMais
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Mulher venezuelana aguarda do lado de fora de um escritório colombiano de imigração, próximo da ponte internacional de Rumichaca, antes de cruzar a fr... Foto: Photo by Luis ROBAYO / AFPMais
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Migrantes venezuelanos aguardam na fronteira entre Tulcán, no Equador, e Ipiales, na Colômbia. O governo de Bogotá afirmou estar preocupado com o aume... Foto: Photo by Luis ROBAYO / AFPMais
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O governo do Equador anunciou que passará a exigir a apresentação de passaporte dos venezuelanos que desejem entrar no país. Muitos não têm o document... Foto: Photo by Luis ROBAYO / AFPMais
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Venezuelanos fogem de crise econômica e política no país. Nesta semana, entraram em vigor medidas de reforma econômica que, segundo o governo, têm com... Foto: Photo by Luis ROBAYO / AFPMais
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Fila de venezuelanos para receber café da manhãem uma paróquia de Pacaraima, em Roraima. População busca abrigo no Brasil, mesmo diante do forte movim... Foto: Photo by Mauro Pimentel / AFPMais
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Venezuelanos caminham pela rodovia Panamericana em Tulcán, no Equador. Foto: Photo by Luis ROBAYO / AFP
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Mulher venezuelana aguarda no escritório de migração equatoriano na ponte internacional de Rumichaca, antes de cruzar a fronteira entre Equador e Colô... Foto: Photo by Luis ROBAYO / AFPMais
Em busca de refúgio: venezuelanos se espalham entre fronteiras com o Brasil, Colômbia e Equador
Migrante venezuelano na ponte internacional de Rumichaca, fronteira entre Tulcán, no Equador, e Ipiales, na Colômbia. Foto: Photo by Luis ROBAYO / AFP
Seu alerta é claro: se países ricos não injetarem recursos em pacotes de ajuda, os governos da região podem começar a fechar as portas para o fluxo, cada vez mais intenso em algumas áreas.
Além dos países sul-americanos, a ONU destaca que 94 mil venezuelanos já vivem no Panamá, além de uma população importante em ilhas no Caribe. "Com os números cada vez mais em alta, as necessidades desses migrantes e das comunidades que os recebem serão cada vez mais significativas", alertou Stein.
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Nos dias 22 e 23 de novembro, governos da região voltarão a se reunir para avaliar a crise venezuelana. A ONU afirmou que um grupo com cerca de 40 entidades tenta dar uma resposta também a situação de Caracas.
Recorde de migração
Na semana passada, as Nações Unidas indicaram que o número de refugiados e migrantes venezuelanos que entraram no Peru vindos do Equador pela principal fronteira de Tumbes atingiu o recorde de mais de 6.700 pessoas em um único dia, número três vezes maior do que o registrado duas semanas antes.
Em recente passagem por Genebra, o chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, negou a existência de uma crise de migração e disse que o fluxo era apenas "circunstancial". Segundo ele, "milhares" de venezuelanos também estavam voltando para suas casas, depois de planos frustrados no exterior.
Caracas não disfarça o temor de que a fuga em massa seja usada por governos estrangeiros para justificar algum tipo de intervenção.