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Mulheres são esfaqueadas em marcha a favor do aborto no Chile

Segundo organização, as 3 vítimas foram atacadas por 'grupo de encapuzados'; país permite interrupção da gravidez só em 3 casos

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Por Redação
Atualização:

Três mulheres foram esfaqueadas durante uma marcha pela legalização do aborto nesta quarta-feira, 25, na Alameda Bernardo O'Higgins, principal via de Santiago, a capital do Chile, segundo informou a organização Mesa Acción, que defende o direito à interrupção da gravidez.

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Pró-aborto.A polícia estima que 15 mil pessoas estivessem presentes na manifestação, número diferente do calculado pelas organizadoras, que falam em 50 mil Foto: Alberto Valdés/EFE

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Macarena Castañeda, porta-voz do grupo, relatou que "um grupo de encapuzados começou a armar barricadas na marcha, a um quarteirão do centro da manifestação.

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"De repente, alguns deles começaram a esfaquear as mulheres que estavam passando. Algumas perceberam as agressões e também foram atacadas enquanto tentavam defendê-las", disse.

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Segundo Castañeda, uma das vítimas teve um corte no abdome e as outras duas foram atingidas nas pernas e nádegas. As lesões não foram graves, e as mulheres passam bem.

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"Isso é terrorismo, não quero chamar de outra maneira. Quando um grupo quer amedrontar o outro para evitar que ele possa expressar suas ideias livremente, sem provocação alguma. Tentaram impedir a marcha para que não pudéssemos passar", acrescentou Castañeda.

Além das mulheres atacadas, um policial se feriu sem gravidade enquanto trabalhava no protesto. Segundo o jornal chileno El Mercurio, a polícia vai instaurar um inquérito sobre o caso. O ministro do Interior do país, Andrés Chadwick, disse "condenar de forma categórica" os incidentes e que a investigação visa a encontrar todos os responsáveis pelo que classificou como "repudiável ação".

A polícia local estima que 15 mil pessoas estivessem presentes na manifestação, número diferente do calculado pelas organizadoras, que falam em 50 mil.

Aborto legalizado

No Chile, o aborto foi legalizado em 2017 em apenas três casos: quando há inviabilidade fetal, estupro ou risco de saúde à mãe. Hospitais locais, no entanto, amparam-se no princípio da objeção de consciência (direito de não obedecer a leis ou ordens por motivos éticos ou religiosos) para não realizar os procedimentos. /ANSA

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