"A América foi atingida por Deus", diz Bin Laden

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Osama bin Laden, o principal suspeito dos ataques terroristas de 11 de setembro contra os Estados Unidos, agradeceu a Deus pelos atentados que destruíram as torres gêmeas do World Trade Center e uma ala do Pentágono. "A América foi atingida por Deus em um de seus pontos fracos. A América está cheia de medo de norte a sul, de leste a oeste. Obrigado, Deus, por isto", disse Bin Laden ao microfone num vídeo exibido neste domingo pela estação via satélite árabe Al-Jazeera. Apesar de ter elogiado os atentados, ele não assumiu responsabilidade. Bin Laden foi mostrado em roupas de combate e com um turbante afegão, ajoelhado na frente de uma caverna de pedra e ladeado por dois assessores. Não ficou claro quando o vídeo foi gravado, mas ele foi filmado à luz do dia e fazia referências aos atentados de 11 de setembro, mas não aos ataques retaliatórios anglo-americanos de hoje. Após o início dos ataques, um oficial do Taleban informou que tanto Bin Laden quanto o mulá Mohammed Omar, líder da milícia que governa o Afeganistão, sobreviveram aos ataques. Foi a primeira vez que Bin Laden falou pessoalmente sobre os atentados de 11 de setembro, apesar de que ele já havia negado anteriormente a responsabilidade em comunicados divulgados por intermediários. "Milhões de crianças inocentes estão morrendo no Iraque e na Palestina e não ouvimos nenhuma palavra de lamento dos infiéis. Não ouvimos nenhuma voz se levantar", disse o milionário saudita. "Quando a espada cai sobre os Estados Unidos, eles choram por suas crianças e choram por seu povo. O mínimo que se pode dizer sobre estas pessoas é que elas são pecadoras. Elas ajudaram o mal a triunfar sobre o bem", afirmou. "Juro por Deus que a América nunca sonhará com segurança nem a verá antes que ela seja vista na Palestina, e não antes que exércitos de infiéis partam da terra de Maomé, que a paz esteja com ele", disse Bin Laden no vídeo. A guerra de Bin Laden tem sido alimentada pela revolta contra o que é visto como uma posição tendenciosa dos Estados Unidos em favor de Israel no conflito israelense-palestino e pela presença de tropas dos EUA na Arábia Saudita, onde estão situados os locais mais sagrados do Islã, incluindo a tumba do profeta Maomé. O vídeo começa com um assessor, o porta-voz do grupo Al-Qaeda, de Bin Laden, lendo um comunicado. "O que ocorreu nos Estados Unidos foi uma reação natural à política ignorante dos Estados Unidos", afirmou o porta-voz Sulaiman Abu Ghaith. "Se continuarem com essa política, os filhos do Islã não vão parar com sua luta. O povo norte-americano tem de saber que o que está ocorrendo com eles agora é o resultado de seu apoio a essa política", disse o comunicado. "A guerra contra o Afeganistão e Osama bin Laden é uma guerra contra o Islã." Leia o especial

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.