A brasileira Lojas Americanas está na lista de boicote aos EUA

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Por Agencia Estado
Atualização:

O início da guerra dos Estados Unidos ao Iraque deu partida também a campanhas de boicote a produtos norte-americanos, que utilizam como principal canal de disseminação a internet. Os principais alvos são marcas tidas como ícones dos EUA de consumo, como a rede de fast-food McDonalds e o refrigerante Coca-Cola. Até a rede brasileira Lojas Americanas entrou na lista de uma corrente originada em Portugal. O deputado federal Chico Alencar (PT-RJ) lançou uma das campanhas que pretende, além das mensagens via web, distribuir bottons e adesivos pregando o boicote. Ele ressalta que não defende um corte oficial das relações comerciais do Brasil com os Estados Unidos, mas uma resistência dos cidadãos. "Está mais para um jejum gandhiano do que para boicote marxista", define. Numa das correntes veiculadas pela rede mundial de computadores, com o endereço mind@2003, é lembrando o movimento "Resistência Pacífica" liderada por Mahatma Gandhi na Índia, contra os produtos ingleses. "Individualmente não somos ninguém mas como povo e consumidores temos o poder nas nossas mãos. Está na hora de sairmos da letargia e começarmos a agir", diz a mensagem, que critica a adoção de protestos violentos, como depredações, mas propõe o boicote à compra de carros, medicamentos, combustíveis em rede de postos de origem americana roupas e bancos. O presidente do grupo Yázigi Internexus, Ricardo Young divulgou uma nota na internet criticando a guerra e colocando-se em defesa paz. Young, porém, não é favorável a campanhas de boicote, que classifica como panfletárias e ineficientes. "Deixar de consumir um ou outro ícone da cultura americana não vai fazer nem cócegas aos Estados Unidos. Nesse estágio, é uma coisa muito mais simbólica e um movimento panfletário que tem muito mais força entre os jovens", afirma. Ele se diz contra a campanha alegando que não se pode confundir governo com Nação. "Não é porque o governo Bush está, erradamente, levando o mundo à guerra, que a sociedade americana deve ser boicotada pelo resto do mundo", afirma. Young não acredita em retaliações a entidades associadas, direta ou indiretamente, aos Estados Unidos, como cursos de inglês, como chegou a ocorrer com empresas identificadas com a cultura alemã durante a Segunda Guerra Mundial. "A sociedade civil se organiza horizontalmente, independente de governos, em escala planetária. Somos a favor de uma opção pacífica para o conflito." A direção da Coca-Cola no Brasil não quis se manifestar sobre o assunto. Por meio da assessoria , a rede McDonald´s informou que "desconhece qualquer perda causada à rede no exterior em razão dessas propostas de boicote". O grupo lembrou que em 2002, "quando a crise entre os Estados Unidos e o Iraque já se delineava", a rede no Brasil alcançou faturamento recorde de R$ 1,7 bilhão, 6,25% acima do número obtido em 2001 e 1,25 ponto porcentual a mais do que a meta estabelecida para o período. "Para 2003, a meta é crescer 3% em relação ao ano anterior", diz a nota. "O McDonald´s Brasil reconhece o direito legítimo que todo cidadão tem de se manifestar dentro dos limites da lei, e entende que, por ser uma empresa presente em 120 países, sua marca é bastante visível e atrai a atenção do público. No entanto, é preciso se destacar a importância que o McDonald´s tem para o desenvolvimento do país. Boicotar o McDonald´s Brasil é boicotar o Brasil", afirma o documento, lembrando que o grupo é o quarto maior empregador privado do País. As Lojas Americanas informaram, também por meio da assessoria, que são uma empresa de capital nacional. A cadeia de lojas foi fundada em 1929 por norte-americanos radicados no Brasil. Veja o especial :

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