O ataque de Estados Unidos, França e Reino Unido à Síria despertou uma comparação previsível: como o antecessor George W. Bush, Donald Trump usa uma questão humanitária (armas químicas, em vez de nucleares) para forçar uma mudança política no Oriente Médio. Comparação previsível e errada.
+ Trump ordena ataque à Síria em resposta a uso de armas químicas
Por dois motivos. Primeiro: em 2003, as provas de que Saddam Hussein tivesse armas nucleares eram fraudadas. Mesmo que se aceite a dúvida sobre o bombardeio de Duma, o uso de armas químicas pelo governo de Bashar Assad é incontroverso e recorrente. Ao menos 50 dos 85 bombardeios químicos registrados desde agosto de 2013 na Síria são atribuídos a ele num levantamento da Human Rights Watch (HRW), em especial quase todos os ataques nos arredores de Damasco.
Segundo motivo: não há hoje interesse estratégico em erguer uma nova democracia. A meta de Trump é encerrar a guerra civil, extinguir a ameaça terrorista e conter a influência de Rússia e Irã na região. É razoável questionar se é exequível. Mas justamente porque Trump, ao contrário de Bush, não está disposto a entrar no atoleiro de uma intervenção mais ampla.
- Um estuprador em série cuidando das mulheres A Síria assumirá em maio a presidência da Conferência para o Desarmamento (CD) das Nações Unidas, responsável por negociar acordos contra armas nucleares e biológicas. “É como colocar um estuprador em série para tomar conta de um abrigo feminino”, diz Hillel Neuer, diretor executivo da UN Watch, ONG que monitora as decisões da ONU.
- Por que Zuckerberg não teme o Congresso Apesar das dez horas de interrogatório, Mark Zuckerberg não tem motivo para preocupação. São remotas as chances de regulação rígida das gigantes tecnológicas. Elas empregam mais de 500 lobistas e gastam mais de US$ 50 milhões por ano para domar Washington. O Facebook doou US$ 5,5 milhões a políticos desde 2007. Só os deputados e senadores que interrogaram Zuck receberam US$ 600 mil desde 2013, diz o Center for Responsive Politics.
- Razões para a vitória de Orban Conclusão do relatório preliminar da Organização para a Segurança e Cooperação Europeia (OSCE) sobre as eleições na Hungria que garantiram a supermaioria parlamentar de dois terços ao premiê Viktor Orbán: “Os eleitores tinham uma ampla gama de opções, mas a retórica xenófoba e intimidadora, a manipulação da imprensa e o financiamento opaco de campanha reduziram o espaço para debate político genuíno, limitando a capacidade de escolha plenamente informada”.
- Exagero nos robôs O impacto dos robôs e da inteligência artificial nos empregos será menos catastrófico do que aparenta, de acordo com o rascunho do próximo relatório de desenvolvimento do Banco Mundial. “O resultado da evidência deste estudo não sugere que o mundo esteja hoje, mais do que em 1867 ou 1931, às vésperas de uma era de desemprego disseminado, induzido pela tecnologia”, diz o relatório. “Uma visão mais informada prevê apenas que algumas ocupações desaparecerão em virtude da automação. A maioria continuará igual.”
- Gordura na regulação do leite Ao retirar gordura do leite, os laticínios americanos precisam acrescentar as vitaminas do leite integral se quiserem rotulá-lo como “leite desnatado”. Randy Sowers, dono da South Mountain Creamery, em Maryland, se recusa a colocar aditivo em seu leite sem nata. Processou a Food and Drug Administration (FDA), que insiste no rótulo “imitação de leite desnatado”. “Guerra é paz. Liberdade é escravidão. Leite desnatado real é imitação de leite desnatado”, diz o economista Alex Tabarrok.
- Maddow derrota Hannity CNN e Fox News perderam, respectivamente, 13% e 16% da audiência no primeiro trimestre de 2018, em comparação com 2017, segundo a Nielsen. A Fox News segue em primeiro no ranking. A MSNBC cresceu 30% e conquistou o segundo lugar. A aposta no discurso esquerdista inflamado de Rachel Maddow (foto) tem dado certo. Na última quarta-feira, ela atraiu 3,3 milhões de espectadores, batendo os 3 milhões do rival Sean Hannity, o acólito de Trump da Fox News.