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A 'legítima república de bananas' busca o respeito do mundo

Por Francisco Jara e AFP
Atualização:

Com o retorno de Manuel Zelaya, o presidente Porfírio Lobo poderá reconciliar Honduras com o mundo e combater a fama de "república bananera" que carrega há um século, opinam políticos e analistas. A expressão "república de bananas" foi cunhada em 1904, pelo escritor e jornalista americano William Sidney Porter (1862-1910) para referir-se a Honduras. Ela passou a ser usada pejorativamente, em referência a países monocultores e com instituições democráticas frágeis ou com ditaduras que submetem uma população dócil. O termo é tão forte que foi adotado por uma grife de roupas."Estamos determinados a deixar a fama de república bananeira no passado", disse o dirigente zelaysta Rafael Barahona. "Infelizmente, em Honduras existe uma classe oligárquica que se aliou aos militares, à polícia e a outros grupos de poder, o que não permitiu que fossem feitas as mudanças estruturais que beneficiariam a população", acrescentou.O analista e historiador chileno Luís Ortega, professor da Universidade de Santiago, explicou que a expressão descrevia as "sociedades pouco desenvolvidas do ponto de vista produtivo e institucional, logo, muito vulneráveis, cujo único vínculo com o mundo eram as bananas (ou um outro produto de exportação) que nem a elas pertenciam, e sim a empresas estrangeiras. Não há país latino americano que não tenha tido seu momento de república bananeira; no Chile foi o que aconteceu com o salitre no começo do século passado". O analista panamenho Julio Yao pensa que "Honduras demonstrou não ser uma república bananeira, pois os zelaystas mantiveram uma ativa resistência".Segundo ele "haverá a convocação de uma assembleia constituinte e o surgimento de um novo partido muito forte, com tintas esquerdistas (a Frente de Resistência) ". A oferta de exportações também mudou, Honduras já não é o grande produtor de bananas como no século passado, também exporta café, azeite de dendê, frutos do mar e ouro.

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