"A liberdade será defendida", diz Bush

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Por Agencia Estado
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O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, prometeu hoje que perseguirá e aniquilará os responsáveis por uma série de ataques terroristas em Nova York e Washington, os centros financeiro e político da maior potência do mundo. "A própria liberdade foi atacada esta manhã numa descarada covardia", disse Bush. "E a liberdade será defendida". O Pentágono e o Departamento de Estado, dois símbolos do poderio norte-americano, foram alvos de ataques terroristas em Washington. Em Nova York, foram atingidas as torres gêmeas do World Trade Center. Ainda não se sabe quem é o responsável pelos atentados. O Pentágono - assim como as torres de Nova York - foi atacado com um avião civil e o Departamento de Estado, com um carro-bomba que explodiu na frente de sua sede. Evacuados e fechados Todos os edifícios federais de Washington, inclusive a Casa Branca e o Congresso, foram evacuados e fechados. Dois aviões da United Airlines caíram quase na hora dos ataques no Estado da Pensilvânia, entre Washington e Nova York, com 110 pessoas a bordo no total, informou a companhia. Ainda não se sabe se as quedas têm relação com os atentados terroristas ou se tratou-se de acidente. É guerra "Isso não é terrorismo", disse o senador Charles Grassley, de Iowa. "É uma guerra contra os Estados Unidos. O que fizeram hoje foi abrir frentes de guerra". Logo após as explosões, milhares de atemorizadas pessoas saíram às ruas, se misturando com automóveis parados em congestionamentos. Agentes armados corriam por todas as partes, e carros policiais e do Corpo de Bombeiros com as sirenes abertas faziam aumentar a confusão. O Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento e a Organização dos Estados Americanos, as instituições internacionais mais poderosas que operam em Washington, foram fechados. Caças O senador Kent Conrad, de Dakota do Norte, disse logo depois da evacuação do Capitólio que 16 caças estavam no ar com a missão de resguardar exclusivamente a sede do Poder Legislativo da nação, que não havia sido atingida pelos terroristas. Os líderes do Congresso emitiram um comunicado conjunto colocando-se ao lado de Bush, e adiantaram o apoio a ações que possam ser tomadas contra os atacantes. Todas as dependências do governo federal foram fechadas. O Pentágono ficou parcialmente destruído com o impacto do avião, ocorrido pouco antes das 10 horas. Fontes militares, vendo imagens de televisão, disseram acreditar que a área logística do Exército havia sido destruída. Carro-bomba A explosão do carro-bomba na frente do Departamento de Estado, símbolo do poder político internacional do país, fez tremer a vizinha zona central de Foggy Bottom. A Universidade George Washington, a quatro quarteirões do local, cancelou todas suas atividades e tirou os estudantes de seus dormitórios por tempo indeterminado. "Tivemos hoje uma tragédia nacional", disse Bush. Essa declaração ele fez logo depois dos ataques que demoliram as torres gêmeas do World Trade Center. Bush, que estava na Flórida, suspendeu imediatamente sua visita ao Estado, mas antes ordenou uma "investigação completa para perseguir e encontrar os que cometeram esses atos." Local seguro Inicialmente, Bush disse que se abrigaria na Casa Branca, que havia sido declarado "local seguro" pelos corpos de segurança. Mas seu vôo foi desviado para a base aérea de Barksdale, Lousiana. O general da reserva Wesley Clark, ex-comandante militar da Otan, adiantou que "o que teremos daqui em diante será um país com sensação de desconfiança", disse numa entrevista à televisão de Little Rock, Arkansas. "Nunca mais a vida será como antes". A Administração Federal de Aviação ordenou o fechamento de todos os aeroportos e todos os vôos foram cancelados. Vários vôos saídos de outros países rumo aos EUA foram cancelados quando os aviões já estavam no ar.

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