O presidente da China, Xi Jinping, conseguiu mais um mandato nesta quarta-feira, 25, no 19.º Congresso do Partido Comunista da China (PCC) se transformando no governante mais poderoso do país em 40 anos. Além disso, foram definidos os nomes que o ajudarão a governar a nação mais populosa do mundo pelos próximos cinco anos.
+ Partido Comunista da China, ‘o maior partido do mundo’
Veja abaixo quais são eles.
+ Entenda a ampliação da China como potência geopolítica em cinco artigos
Xi Jinping, 64 anos
Secretário-geral do PCC, presidente da República Popular e da comissão militar central, Xi usou o Congresso deste ano para se estabelecer como líder mais poderoso do país em uma geração. Nascido em Pequim, é filho de um líder revolucionário e foi um dos milhões de jovens a ser enviado para o campo durante a “Revolução Cultural” (1966-1976) para se reeducar. Formou-se como engenheiro químico na Universidade de Tsinghua, embora tenha feito carreira dentro do partido, para o qual entrou com apenas 21 anos. O nome e o pensamento político de Xi foram incluídos nos estatutos do PCC.
Li Keqiang, 62 anos
O primeiro-ministro nasceu na Província de Anhui e tem se mantido com menos destaque do que seus antecessores mais recentes. É economista e foi muito próximo do ex-presidente Hu Jintao. Chegou a ser visto como um dos concorrentes à presidência do país, mas acabou sendo encoberto por Xi Jinping. Li começou sua carreira política como líder estudantil na Universidade de Peking, onde convivia com professores liberais e estudantes que defendiam uma reforma democrática. Nos últimos cinco anos, as políticas econômicas de Li estimularam o empreendedorismo e a inovação.
Li Zhanshu, 67 anos
Nascido na Província de Hebei, Li era diretor do escritório-geral do Comitê Central do PCC. Conheceu Xi Jinping em 1983, quando os dois ainda eram secretários do partido em municípios vizinhos. Mais recentemente, trabalhou como conselheiro para o presidente e como enviado da China para a Rússia. De família revolucionária, Li chamou a atenção em 1982, quando escreveu uma carta que foi publicada no People’s Daily, principal jornal do partido, por meio da qual denunciou o ceticismo com relação ao socialismo. Li Zhanshu deve ocupar o cargo de líder do Congresso Nacional do Povo.
Wang Yang, 62 anos
O vice-primeiro-ministro nasceu na Província de Anhui. Nos últimos meses, esteve responsável pelos setores de agricultura e comércio exterior. Disse que a China está comprometida a abrir mercados e estimular o livre comércio. Como vice-premiê executivo, deve adotar um tom mais moderado à política ortodoxa esperada de Xi.
Wang Huning, 62 anos
Wang era diretor do escritório central de pesquisa política e deve assumir o cargo de responsável pela propaganda e ideologia do PCC. Nascido em Xangai, ele trabalhará como chefe do departamento de ideologia do grupo, garantindo que a imprensa, as escolas e o próprio partido sigam a linha de pensamento oficial, que coloca Xi como um visionário que levará o país a uma nova era. Na década de 1980, trabalhou como professor na Universidade de Fudan e defendeu o “neo-autoritarismo”, a ideia de que a China precisa de um líder forte para guiá-la em meio às mudanças. Em 1995, foi removido da faculdade pelo então presidente, Jiang Zemin, para trabalhar como conselheiro e redator de discursos.
Zhao Leji, 60 anos
O líder do departamento de organização do partido assumirá o comando da agência anticorrupção, a Comissão Central para Inspeção da Disciplina. Nascido na Província de Qinghai, Zhao tem sido uma pessoa importante na luta de Xi contra a corrupção no país. É conhecido por seu estilo quieto e sem chamar atenção.
Han Zheng, 63 anos
Comandava a Conferência Consultiva Política do Povo Chinês e deve liderar o partido de sua cidade-natal, Xangai. Como prefeito dessa localidade, trabalhou por pouco tempo ao lado de Xi Jinping, quando este foi secretário do PCC na área por sete meses em 2007. Han recebeu os créditos pelo crescimento da economia do país e por transformar o distrito de Pudong em um centro bancário, industrial e de entretenimento. Além disso, facilitou a inauguração em 2016 da Disneylândia na China. / NYT e AP