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A um ano da eleição, pesquisas indicam caminho difícil para vitória de Trump

Analistas dizem que vitória republicana no colégio eleitoral ainda é possível, desde que diferença de votos na eleição nacional não seja superior a 5 pontos porcentuais

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Por Redação
Atualização:

WASHINGTON - Em 3 de novembro de 2020, o projeto político de Donald Trump será decidido nas urnas. A um ano da eleição, porém, as pesquisas indicam um caminho difícil para a vitória do presidente americano. Duas sondagens divulgadas no domingo, 3, confirmaram uma tendência que se arrasta ao longo do ano: Trump está muito atrás dos principais rivais democratas.

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Segundo pesquisa NBC-Wall Street Journal, Trump está 8 pontos porcentuais atrás do senador Bernie Sanders e da senadora Elizabeth Warren, e 9 pontos porcentuais atrás do ex-vice-presidente Joe Biden. Sondagem da Fox News mostrou um resultado parecido: o presidente perde para Warren (5 pontos), para Sanders (8 pontos) e para Biden (12 pontos).

No entanto, algumas particularidades tornam a eleição americana mais imprevisível que as outras. A primeira é o fato de o presidente não ser escolhido pelo voto direto, mas por um colégio eleitoral formado por 538 “eleitores”. 

Em duas sondagens eleitorais, a um ano da eleição presidencial, Donald Trump perde para três dos principais pré-candidatos democratas Foto: Manuel Balce Ceneta/AP Photo

A alocação destes 538 votos é proporcional à população de cada Estado. Os menos populosos, como Wyoming e Maine, têm 3 votos no colégio eleitoral. O mais populoso, a Califórnia, tem 55. Quem vence a eleição em um Estado, ganha todos os votos dele no colégio eleitoral. 

Por isso, os estrategistas republicanos preferem focar nas pesquisas estaduais e tentar repetir a façanha de 2016, quando Trump teve cerca de 3 milhões de votos a menos que a democrata Hillary Clinton, mas foi eleito presidente com folga no colégio eleitoral: 306 a 232. 

Desafio

A explicação para esse fenômeno é que Trump perdeu por margens gigantescas em Estados como Califórnia e Nova York, mas venceu por uma diferença mínima em Estados-chave: Michigan (por 0,23 ponto de diferença), Pensilvânia (0,72) e Wisconsin (0,77) – foram 77 mil votos que custaram a vitória a Hillary.

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No entanto, arrancar uma vitória no colégio eleitoral, mesmo perdendo o voto popular, é possível quando a diferença nacional é pequena – Hillary teve 49% dos votos contra 47% de Trump.

Com uma desvantagem tão grande, analistas dizem que será quase impossível o presidente repetir a proeza de quatro anos atrás. “Trump pode vencer mesmo perdendo a eleição nacional desde que a diferença fique no máximo em 5 pontos porcentuais”, disse David Wasserman, editor do boletim The Cook Political Report.

Em 48 eleições presidenciais, desde 1824, apenas quatro vezes o vencedor do voto popular perdeu no colégio eleitoral: 1876, 1888, 2000 e 2016. O que pode ajudar o presidente nesta batalha é a polarização política em uma eleição em que o voto não é obrigatório.

“A eleição de 2020 será decidida pela mobilização da base e comparecimento às urnas”, disse Ed Kilgore, estrategista democrata. Ou seja, mesmo com 40% de apoio, se Trump mantiver essa base fiel e motivada para sair de votar, ele tem chance de repetir a vitória de 2016.

Modelos econômicos favorecem reeleição

Outra forma de prever uma vitória nos EUA são modelos que têm como base a ideia intuitiva de que a votação de um presidente ganha impulso com crescimento econômico, baixo desemprego e inflação controlada.

Neste cenário, Trump leva vantagem, segundo previsões da Moody’s Analytics, da Oxford Economics de Ray Fair, professor da Universidade Yale. “Se os números se mantiverem, Trump será reeleito”, disse Mark Zandi, economista da Moody’s Analytics.

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O problema, segundo Gregory Daco, da Oxford Economics, é que fatores não econômicos têm sido cada vez mais relevantes. “Políticas públicas, além de questões como raça e gênero, terão papel importante na eleição”, disse. / NYT, REUTERS e AP