A um mês de eleição, kirchnerismo administra vantagem

Pesquisas mostram dianteira de candidato governista, que evita cometer erros e assumir riscos desnecessários

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Por Rodrigo Cavalheiro , CORRESPONDENTE e BUENOS AIRES
Atualização:

Em um mês, a Argentina escolherá o sucessor de Cristina Kirchner na presidência. À frente nas pesquisas, o candidato governista Daniel Scioli tenta administrar a vantagem que tem. O cálculo entre seus assessores é que mesmo em caso de segundo turno, em novembro, o kirchnerismo passou a ser favorito. Essa é a principal mudança em relação a alguns meses, quando analistas apontavam uma vitória opositora em caso de indefinição no primeiro turno. 

Scioli se aquece antes de partida de futebol de salão Foto: Rodrigo Cavalheiro/Estadão

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Em agosto, Scioli teve 39,2% dos votos na primária que, por ser obrigatória, indica o patamar de partida dos candidatos. A coalizão do principal oponente, o conservador Mauricio Macri, prefeito de Buenos Aires, teve 30%. Em terceiro, chegou o ex-kirchnerista Sergio Massa, cujo grupo obteve 20,5%.

Levantamentos recentes apontam uma manutenção desses números. Para o governista definir a disputa em 25 de outubro, precisa superar os 40% e abrir 10 pontos sobre o segundo colocado.

“O favoritismo da oposição num segundo turno se desfez porque ela se dividiu. Isso favoreceu o governismo, que espera chegar ao 40% com a propaganda oficial e aproveitar as fraquezas de Macri para abrir os 10 pontos”, avalia o consultor político e sociólogo Ricardo Rouvier.

Agora, a tática governista é não cometer erros, como os que podem ocorrer em um debate eleitoral. Na segunda-feira, Scioli condicionou sua participação à aprovação de uma lei sobre o tema no Congresso. Ontem, após críticas por não encarar os rivais, ele afirmou não ter negado ou aceitado o desafio. 

Para Rouvier, sua ausência não teria efeito. “Não seria positiva a cadeira vazia, mas evitaria riscos.” Nas simulações de segundo turno, Massa tem mais chance de bater Scioli, porque metade de seus eleitores não votaria em Macri. Entre os “macristas”, quase todos votariam em Massa para evitar o triunfo kirchnerista.

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