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A volta de 'Il Cavaliere'

Atualização:

A queda de Mario Monti, "Il Professore", a dois meses das eleições legislativas na Itália são um cálculo político preciso do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, "Il Cavaliere". Líder informal do Partido da Liberdade (PDL), o empresário tenta o seu retorno à vida pública após 13 meses de afastamento. Para tanto, tentou derrubar o rival de centro-direita, um homem valorizado pela comunidade internacional e ainda dono de razoável capital político na opinião pública.O premiê demissionário, por sua vez, caiu como governou - transparecendo dignidade e cuidado com os interesses da Itália. Não à toa, a decisão foi informada depois das 18 horas de uma sexta-feira, véspera de feriados de fim de ano. Nesse período, os mercados financeiros ficarão fechados ou funcionarão em regime parcial. Na semana passada, Monti já preparava o terreno para a demissão, tranquilizando os investidores: "Os mercados não devem temer um vazio de decisões", disse ele. "Eu acredito que as reações serão comedidas."A preocupação com os investidores se justifica. Desde que assumiu, Monti lançou uma série de reformas econômicas na Itália, quebrando décadas de imobilismo. Somadas às medidas de austeridade fiscal, a liberalização dos mercados internos, incluindo o de trabalho, lhe custaram boa parte de sua popularidade interna. Ainda assim, Monti é visto na Europa como um dos salvadores da zona do euro. Seu governo à frente da terceira maior economia da moeda única foi decisiva para controlar o risco-país e evitar a explosão da crise das dívidas soberanas em Roma e Milão - cenário que poderia representar a sentença de morte do euro. / A.N.

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