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Abaixo-assinado na China pede libertação de ativista cego

Por CHRIS BUCKLEY E SUI-LEE WEE
Atualização:

Simpatizantes de um ativista cego se indignaram com a situação de confinamento a que ele estava sujeito em seu vilarejo no leste da China, e assinaram uma petição destinada às autoridades de Pequim nesta terça-feira, depois de alguns terem afirmado que foram agredidos ao tentar visitá-lo. Nos últimos meses, dezenas de simpatizantes foram impedidos de visitar Chen Guangcheng, atualmente em prisão domiciliar em sua casa em Linyi, no leste da China. Chen, de 39 anos, contornou a cegueira que enfrenta desde a infância para se tornar autodidata em direito e ajudar moradores que têm reclamações relacionadas às apropriações de terra, abortos forçados e outros abusos do governo. Seu confinamento tem atraído a atenção internacional para os controles repressivos exercidos na China. Em 2006, Chen foi condenado a mais de 4 anos de prisão por acusações -- veementemente negadas por sua mulher e seus advogados -- de agressão contra uma multidão, distúrbios no trânsito e danos a propriedades. Ele foi libertado em 2010, mas está em prisão domiciliar desde setembro do ano passado. Chen e sua mulher sofreram "espancamento brutal durante quatro horas" por autoridades locais em julho, segundo o grupo de defesa de direitos humanos norte-americano ChinaAid, na semana passada, que citou fontes não identificadas. Alguns dos simpatizantes foram agredidos por dezenas de homens em trajes civis ao tentar visitar Chen no domingo, e suas queixas foram ignoradas posteriormente pela polícia local, disse Mao Hengfeng, uma das assinantes da petição, de Xangai. Ela disse que o grupo de pessoas que assinaram a queixa então foram ao Ministério de Segurança Pública, em Pequim, mas não ficou claro se as autoridades aceitaram o abaixo-assinado, que expressava preocupações com o tratamento dado a Chen. "Fomos atacados violentamente e empurrados, e alguns de nós ficaram feridos, mas a polícia não levantou um dedo, e ignorou nossas reclamações", disse Mao à Reuters sobre a repressão do final de semana em Linyi. "Agora queremos que o Ministério de Segurança Pública faça alguma coisa sobre Linyi -- um lugar sem lei ou direitos." Trinta e três pessoas que tentaram visitar Chen em Linyi foram agredidas por cerca de 100 indivíduos não-identificados no domingo, disse na segunda-feira o grupo defensor de direitos humanos Human Rights In China, sediado em Nova York.

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