O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, aceitou um plano americano para posicionar forças internacionais na passagem de Karni, a principal via fronteiriça para mercadorias entre Israel e Gaza, informou nesta segunda-feira o negociador-chefe palestino, Saeb Erekat. Abbas espera que com esta solução se "evitem os fechamentos da passagem fronteiriça por motivos de segurança, que tão negativamente afetam a vida econômica de Gaza", disse Erekat. O plano foi apresentado a ambas as partes pelo coordenador de segurança dos Estados Unidos na Cisjordânia e em Gaza, general Keith Dayton. Em princípio, Israel também o aceita. No entanto, segundo o jornal israelense "Ha´aretz", o ministro da Defesa de Israel, Amir Peretz, disse na sexta-feira ao general dos EUA que antes de aceitar a proposta é necessário que o soldado Gilad Shalit, seqüestrado em 25 junho por grupos palestinos, seja libertado e que sejam suspensos os disparos de foguetes contra o Estado hebreu a partir de Gaza. O plano prevê o posicionamento de 90 soldados de uma força internacional de observação na passagem de Karni, que seria ampliada para permitir o trânsito diário de 400 caminhões. A medida inclui também o treinamento de funcionários de segurança e de alfândegas palestinos. A implementação do projeto custaria cerca de US$ 22 milhões. Desde o seqüestro de Shalit e do começo de uma operação militar israelense contra Gaza, os fechamentos de Karni, um cruzamento vital, por onde passa grande parte das exportações e importações de Gaza (o outro único ponto de passagem é entre Rafah e o Egito), foram constantes e afetaram muito a vida na região. Antes da retirada israelense de Gaza, há um ano, Karni foi palco de dezenas de ataques palestinos contra alvos israelenses.