Abbas aprova nomeação de Ismail Haniye como primeiro-ministro

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Por Agencia Estado
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O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, aprovou a nomeação do dirigente do Hamas Ismail Haniye como primeiro-ministro da ANP, anunciaram nesta segunda-feira os líderes do movimento islâmico em entrevista coletiva. "Tivemos uma reunião com o presidente Mahmoud Abbas e ele nos perguntou oficialmente sobre o nome do candidato do Hamas para formar o Governo, e dissemos oficialmente que se trata de Ismail Haniye", disse o líder do Hamas, Mahmoud Zahar, após se reunir com Abbas na Cidade de Gaza. Abbas entregará nesta terça-feira, às 13 horas, horário de Brasília, uma carta oficial a Haniye pedindo que forme um novo Governo, informou Zahar, que afirmou ainda que na quarta-feira o Hamas continuará os contatos com as facções palestinas para a formação de seu gabinete. Haniye terá 5 semanas para escolher os nomes. O processo da escolha é meramente uma formalidade após a eleição, na qual o Hamas ganhou 74 das 132 cadeiras do Parlamento Palestino, dominado até pelo partido Fatah há quatro décadas. Em uma reunião nesta segunda-feira, o grupo firmou cooperação com a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP). A Frente Democrática para a Libertação da Palestina (FDLP) e a Jihad Islâmica ainda não expressaram interesse na coalizão. Zahar disse que as autoridades israelenses não permitiram a entrada hoje em Gaza do representante da Fatah, Azzam Ahmed, para tratar com o Hamas sobre a possível entrada de seu partido no Governo. "Estamos interessados em formar um grande Governo de coalizão no qual esteja presente a Fatah e outros partidos políticos", disse. Além disso, negou que o Hamas venha a sofrer uma crise econômica. "Durante a última viagem do Hamas pelos países árabes e islâmicos recebemos uma resposta muito encorajadora, com muitas promessas de ajuda", acrescentou Antes mesmo de tomar posse, Haniye já era evitado por Israel, Estados Unidos e União Européia. O chefe da agência de segurança israelense Shin Bet, Yuval Diskin, disse que um governo do Hamas próximo a Israel é uma "ameaça estratégica". Ele informou ainda que o Hamas poderia convidar grupos islâmicos extremistas e terroristas como a Al-Qaeda e o Hezbollah a operar em áreas palestinas. A Ministra do Exterior de Israel, Tzipi Livni, pediu para que outras nações trabalhassem para isolar o Hamas."Há a necessidade da comunidade internacional formar uma frente unida em relação à legitimidade da Autoridade Palestina na Era Hamas", apontou. A decisão de Israel de congelar as transferências de dinheiro de impostos alfandegários coletado pelos palestinos gerou criticas nesta segunda-feira do recém nomeado primeiro ministro. "Os israelenses estão tentando matar de fome pessoas inocentes, tirando o dinheiro de seus impostos e nós vamos lutar contra isso com todos os meios legais" ameaçou Haniye. O funcionário do governo israelense, Raanan Gissin, rebateu as acusações de que Israel estaria quebrando o acordo de paz que determina o repasse de fundos. Ele afirmou que Israel não é obrigado a transferir dinheiro que pode ser usado para terrorismo, assim como não é obrigado respeitar o acordo porque o "Hamas não o respeita", concluiu.

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