O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, anunciou hoje a convocação, para 26 de julho, do referendo sobre uma iniciativa que pretende estabelecer um futuro Estado palestino junto com o de Israel. O plebiscito, baseado no denominado "Documento dos Prisioneiros", consultará a população sobre a criação de um Estado na Cisjordânia, em Gaza e em Jerusalém Oriental. Em entrevista coletiva realizada na cidade cisjordaniana de Ramala, Abbas declarou: "Deixemos que nosso povo decida e diga sua última palavra sobre este documento". O presidente da ANP disse que todos os palestinos da Cisjordânia, da Faixa de Gaza e de Jerusalém Oriental poderão participar do referendo e depositar seu voto de apoio ou rejeição à iniciativa nos centros habilitados, que funcionarão das 7h às 21h. O documento também pede a limitação das ações contra Israel aos territórios ocupados e pede a entrada do Hamas e da Jihad Islâmica na Organização para a Libertação da Palestina (OLP). A pergunta que será feita à população é se aceita ou rejeita o denominado "Documento dos Prisioneiros", que defende o estabelecimento de um futuro Estado palestino independente nas fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias (1967), quando Israel ocupou a Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental. A proposta foi elaborada e aprovada por dirigentes de diferentes facções presos em Israel, como o secretário-geral do Fatah na Cisjordânia, Marwan Barghouthi. Também a ratificaram o dirigente do Hamas Abdel Khalid Al-Natshe, o vice-secretário do Comitê Executivo da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), Abdel Rahim Malluh, o representante da Frente Democrática a Libertação da Palestina (FDLP) Mustafa Badarinah e o membro da Jihad Islâmica Basam Al-Sadi. Na entrevista, Abbas disse que, como não foi possível chegar a um consenso entre todos os grupos políticos, a consulta popular com base no "Documento dos Prisioneiros" surgiu como melhor saída para a recuperação da "situação política e econômica" palestina. No início de seu pronunciamento, Abbas condenou duramente a ofensiva militar israelense lançada contra a Faixa de Gaza e rejeitou as acusações de parte do Hamas e de outras facções, que disseram que a realização de um referendo é ilegal e transgride a legislação básica palestina. Sobre a morte ontem de 14 pessoas em um ataque israelense, Abbas declarou: "Não há explicações nem razões que justifiquem estes atos, exceto que são totalmente negligentes." Este texto foi alterado às 14h10 para acréscimo de informações