Abbas dará ultimato ao Hamas em discurso à nação

Presidente da Autoridade Nacional Palestina quer formar um governo de unidade

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, pronunciará nesta sábado um discurso à nação na sede da Presidência, em Ramala, no qual, segundo seus assessores, dará um ultimato ao Hamas (Movimento de Resistência Islâmica) para que aceite formar um governo de unidade. Desde o início da manhã, centenas de agentes de segurança da ANP patrulham as ruas de Ramala. Em várias cidades cisjordanianas foi montado um esquema de vigilância para impedir distúrbios como os dos últimos dias. As autoridades temem mais violência após o discurso de Abbas. Um jovem morreu e mais de 30 palestinos foram feridos ontem nos últimos incidentes registrados por causa do aumento da tensão entre seguidores do Hamas e do Fatah. Assessores do presidente revelaram neste sábado que Abbas não deve convocar eleições antecipadas, como se especulava nos últimos dias. Mas dará ao grupo islâmico Hamas um prazo de três meses para aceitar a formação de um governo de unidade. Caso contrário, poderá dissolver o atual Executivo. O gabinete de ministros do Hamas se reuniu na noite da última sexta em caráter urgente para discutir a violência nos territórios e decidiu rejeitar o convite para comparecer à sede da Presidência palestina durante ao discurso de Abbas. Em comunicado à imprensa, o governo palestino, chefiado pelo líder do Hamas, Ismail Haniyeh, afirmou que decidiu boicotar o discurso a fim de protestar contra os "desastrosos e sangrentos" incidentes dos últimos dias. Dirigentes do Hamas ameaçaram na última sexta, em Gaza, resistir a qualquer antecipação de eleições. Eles acusaram o presidente Abbas de "ir contra Alá". Já o representante do grupo Fatah Mohammed Dahlan foi acusado de conspirar para provocar uma queda do governo. Para o Hamas, Dahlan está por trás do que chamou de "tentativa de assassinato de Haniyh". A comitiva do primeiro-ministro foi atacada a tiros na quinta-feira, após atravessar a passagem fronteiriça de Rafah.

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