Abbas diz estar sofrendo 'grande pressão' antes de voto na ONU

Presidente da Autoridade Palestina solicitará reconhecimento às Nações Unidas nesta semana

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NOVA YORK - O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, disse nesta segunda-feira que espera "tempos difíceis" caso sua proposta para criação de um Estado palestino seja aprovada na Assembleia Geral da ONU, segundo a agência palestina Ma'an.

 

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Em viagem à Nova York, onde ocorre a Assembleia Geral das Nações Unidas, Abbas disse estar sofrendo "grande pressão" para não dar prosseguimento à proposta. Ele disse, no entanto, que não recebeu nenhuma sugestão útil dos diplomatas contrários. "Dissemos a eles que qualquer proposta que não inclua um Estado palestino baseado nas fronteiras de 1967 e a interrupção dos assentamentos é inaceitável", disse.

 

Os palestinos querem a criação de um Estado baseado nas fronteiras de 1967, que incluem a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental. A decisão de levar a proposta à votação na Assembleia Geral da ONU é duramente rejeitada por Israel. Os Estados Unidos, tradicional aliado de Israel, já avisaram que vetarão a proposta caso seja levada ao Conselho de Segurança. Pesquisa da BBC-GlobeScan em 19 países mostra que 49% dos entrevistados são a favor de um Estado palestino, enquanto 21% são contra. Retaliação Abbas criticou eventuais retaliações ao governo palestino caso a proposta seja aprovada. O governo de Israel prometeu cortar repasses aos territórios palestinos. Políticos dos Estados Unidos ameaçaram pressionar por cortes na ajuda americana de US$ 500 milhões. Abbas disse ainda que se encontrou com o ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, e com o presidente do país, Shimon Peres. "Não ouvi nada novo da parte deles. Todos os israelenses e palestinos querem paz. Eu me pergunto o porquê de o governo de Israel perder esta oportunidade histórica de implementar uma solução baseada em dois Estados", disse. Abbas disse que não tem em sua agenda encontro com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. "Caso nos encontremos, vou lembrar a ele da promessa feita no ano passado, de que o Estado da Palestina deveria se tornar um membro pleno da ONU neste ano. Eu estou aqui no encalço da promessa que ouvi", disse. Israel O vice-primeiro-ministro de Israel, Danny Ayalon, ressaltou à BBC a oposição de seu país à proposta. "Uma declaração unilateral dos palestinos de independência ou qualquer outra decisão da ONU será na verdade um voto para divisão e conflito sobre a cooperação e a reconciliação", disse. "A Assembleia Geral tem natureza mais consultiva", disse. "O voto importante é no Conselho de Segurança. Lá isso não vai passar", completou. A proposta palestina conta com o apoio de diversos países, inclusive o Brasil, que já reconhece, desde o ano passado, o Estado palestino com base nas fronteiras de 1967.

 

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