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Abbas e Haniyeh debaterão novo governo de união

Hamas e Fatah vão dividir entre si 15 dos 21 ministérios da nova formação

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, e o primeiro-ministro interino, Ismail Haniyeh, se reunirão neste domingo, 4, em Gaza para debater a formação do novo governo de união nacional. A constituição do próximo governo de coalizão entre as facções palestinas da faixa autônoma de Gaza e da Cisjordânia, sob ocupação parcial ou total do Exército israelense, foi acertada em 8 de fevereiro, na cidade saudita de Meca, entre o movimento islamita Hamas, ao qual pertence Haniyeh, e o movimento nacionalista Fatah, na oposição e leal ao presidente Abbas. Hamas e Fatah decidiram dividir entre si 15 dos 21 ministérios do novo governo, e se concederam o direito de propor, na proporção de três para cada movimento, candidatos às outras seis pastas, o que tem causado protestos nas demais facções. A Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) rejeitou no sábado, 3, uma oferta de Haniyeh - nomeado por Abbas para liderar o governo em formação - para incorporar-se ao Gabinete Nacional. O Hamas, que venceu as últimas eleições palestinas, em janeiro do ano passado, contará no novo governo com nove ministérios, e o Fatah, movimento do ex-presidente Yasser Arafat, outros seis. Ministro do Interior Um dos principais empecilhos para finalizar a formação é a designação do próximo ministro do Interior. Trata-se de um cargo-chave, pois dele dependerão os organismos de segurança da ANP, atualmente divididos entre os seguidores de Abbas, e a "força executiva" ou "auxiliar" dos islamitas. Antes do Acordo de Meca, as forças da ANP - em sua maioria identificadas com o presidente - e milicianos do Fatah protagonizaram sangrentos choques com os islamitas do governo devido às muitas divergências políticas e pelo poder. Uma das conseqüências desse distanciamento político entre Abbas e Haniyeh foi a criação desta "força auxiliar", que opera paralelamente com os organismos de segurança oficiais e é formada por cerca de 6.000 milicianos islamitas que respondem ao Hamas. Desde que o premier assumiu o governo, 120 palestinos já morreram vítimas destes confrontos - grande parte deles nos primeiros meses deste ano, quando pareciam à beira de uma guerra civil, especialmente na faixa autônoma de Gaza.

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