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Abbas espera que Governo israelense estabeleça negociações

Mahmoud Abbas se encontrou com o presidente russo Vladimir Putin para realizar consultas sobre negociações de paz com Israel

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, disse nesta segunda-feira que espera que o novo Governo de Israel estabeleça negociações com os palestinos, ao iniciar suas conversas com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em Sochi, balneário russo no Mar Negro. "Esperamos que o novo Governo israelense estabeleça conversas conosco, pois somos seu interlocutor e acreditamos na solução pacífica", disse Abbas, citado pela agência oficial russa Itar-Tass. O líder palestino afirmou que viajou à Rússia com o propósito de realizar consultas sobre "como iniciar o processo político, o que é muito importante depois da formação do novo Governo de Israel". "O único caminho são as negociações que conduzam à solução do conflito entre palestinos e israelenses mediante uma solução que satisfaça ambas as partes", ressaltou Abbas. O chefe do Kremlin disse que conhece os esforços do presidente da ANP para "normalizar a situação nos territórios palestinos". "Moscou sempre foi um amigo fiel do povo palestino", afirmou Putin, que acrescentou que as conversas em Sochi são uma oportunidade para analisar "os problemas que atingem a ANP e as soluções das quais a Rússia poderia participar". Apoio russo Abbas, que busca apoios para fazer frente à suspensão das ajudas diretas dos EUA e da União Européia (UE) após o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) assumir o Governo palestino, indicou que a ANP "vive momentos muito complexos, críticos" e agradeceu o apoio da Rússia. Putin, que convidou o Hamas a fazer consultas em Moscou em março, apesar da rejeição de Israel e dos Estados Unidos, se opôs desde o primeiro momento a suspender as ajudas econômicas à ANP. A Rússia transferiu US$ 10 milhões à ANP em 4 de maio e até agora foi o único país integrante do Quarteto de Madri, o grupo mediador que também inclui os Estados Unidos, a UE e a ONU, que concedeu ajuda econômica aos palestinos desde a chegada do Hamas ao poder. Ao contrário de outros membros do Quarteto, Moscou não considera o Hamas uma organização terrorista, apesar de entre os objetivos do Hamas esteja o desaparecimento do Estado israelense, fundado em 1948. O Kremlin, que insiste em que o Hamas chegou a poder através de eleições democráticas, considera vital impedir o afundamento da ANP, cujas necessidades urgentes superariam US$ 1,3 bilhão.

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