RAMALLAH - O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP) disse nesta quinta-feira, 16, em um ato otimista depois de dois dias de negociações, que não vê outra alternativa a não ser continuar dialogando com Israel pela paz no Oriente Médio.
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"Todos sabemos que não há alternativa para a paz a não ser as negociações, temos que continuar com esse processo", disse Abbas ao receber a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton.
Não ficou claro, porém, se Abbas sugeriu que os palestinos seguirão negociando se Israel não prolongar a suspensão das obras em novos assentamentos na Cisjordânia. A moratória israelense expira no próximo dia 26. Anteriormente, o líder palestino disse que a retomada da construção de novas colônias poderia levar o diálogo ao fracasso.
Abbas agradeceu o presidente dos EUA, Barack Obama, pela mediação do diálogo. "Sei que conhecendo a dificuldade e as consequências do momento, os americanos fazem tudo o possível para conseguirmos a paz", disse.
Hillary reiterou o empenho dos EUA em encontrar uma solução para os conflitos no Oriente Médio. Ela disse que os americanos "estão decididos e empenhados a trabalhar por um acordo de paz mediante as negociações que conduzam a um Estado palestinos independente, soberano e viável".
Nesta quinta, o jornal árabe baseado em Londres Asharq al-Awsat informou que os EUA sugeriram a israelenses e palestinos uma extensão de três meses na moratória na expansão de assentamentos judaicos na Cisjordânia. Segundo o diário, Abbas teria concordado com a proposta, mas o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, não se posicionou.
Retomada
As negociações de paz entre israelenses e palestinos estavam paralisadas há 19 meses, quando o Estado judeu realizou a Operação Chumbo Fundido na Faixa de Gaza e matou milhares de civis. No início de maio, porém, os lados anunciaram a retomada das conversas, embora nenhum progresso tenha sido feito até agora.
A cisão entre os grupos palestinos também prejudica as negociações. Em 2007, a Autoridade Palestina, facção secular liderada por Mahmoud Abbas, e o Hamas, movimento de resistência islâmica de inspiração religiosa, romperam o governo de coalizão que administrava os territórios palestinos.
Desde então, o Hamas - considerado por Israel e pelos EUA como uma organização terrorista - controla a Faixa de Gaza, e a Autoridade Palestina governa a Cisjordânia. O Hamas se nega a reconhecer o direito de existência de Israel e frequentemente lança foguetes contra o território judeu.