21 de maio de 2011 | 19h03
O presidente dos EUA disse esta semana que as negociações entre israelenses e palestinos deveriam ser baseadas nas fronteiras pré-1967, com trocas de terras em acordo mútuo, adotando a fórmula defendida pelos palestinos, mas rejeitada por Netanyahu. Ontem, Obama esteve reunido com o líder israelense em Washington e o mau estar ficou aparente após Netanyahu dizer, em entrevista, que as ideias de Obama não são realistas e que a "paz baseada em ilusões" irá rapidamente ruir.
Entre os assessores de Abbas parecia haver desacordo sobre a tática a ser utilizada daqui em diante. O negociador-chefe palestino, Saeb Erekat, disse que o melhor para os palestinos é manter o silêncio e deixar que Netanyahu fale. "Aceitamos dois Estados baseados nas fronteiras de 1967, com trocas aceitas mutuamente e queremos que o Sr. Netanyahu diga esta frase", afirmou Erekat. "Esperamos ouvir isso diante do Congresso (dos EUA), da Aipac, em hebreu, em árabe, em chinês e em qualquer outra língua", acrescentou.
Obama e Netanyahu devem falar na Aipac, organização pró-Israel dos EUA, amanhã e segunda-feira, respectivamente. Netanyahu também pretende discursar no Congresso norte-americano na terça-feira.
Erekat disse ser prematuro falar sobre o que fazer se Obama não conseguir retomar as negociações de paz. Assessores de Abbas vêm se preparando para ignorar as negociações, na expectativa de obter o reconhecimento da Organização das Nações Unidas em setembro do Estado na Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental, territórios que Israel capturou na guerra de 1967 no Oriente Médio.
Outro assessor de Abbas, Nabil Shaath, disse que espera que Abbas renove seu apoio à opção da ONU nos próximos dias, a menos que Obama consiga persuadir Netanyahu a mudar de rumo e aceitar as fronteiras de 1967 como base das negociações. "Está claro que a tentativa de Obama (de retomar as negociações) foi morta por Netanyahu", disse Shaath hoje, acrescentando que a não ser que haja mudança na posição de Israel, "continuaremos nosso trabalho por setembro e continuaremos a buscar países que reconheçam os palestinos". As informações são da Associated Press.
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