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Abbas pede reconhecimento à ONU; Kerry cancela visita

Secretário de Estado americano cancelou encontro que teria com presidente da Autoridade Palestina

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Por Redação
Atualização:

(Atualizado às 19h) BRUXELAS - O secretário de Estado americano, John Kerry, cancelou uma reunião nesta quarta-feira, 2, com Mahmoud Abbas, em Ramallah, na Cisjordânia, depois de o presidente da Autoridade Palestina prometer retomar “imediatamente” a tentativa de reconhecimento da Organização das Nações Unidas (ONU). Em um discurso na TV palestina, Abbas assinou solicitações de ingresso em 15 agências e convenções internacionais reguladas pela entidade.

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Abbas justificou sua atitude alegando que Israel não teria cumprido os termos das negociações de paz, mediadas pelos Estados Unidos. Elas foram retomadas no fim de julho e o presidente disse à época que suspenderia as tentativas de se juntar às agências da ONU e não assinaria tratados internacionais por nove meses.

“Não queremos usar esse direito contra ninguém ou enfrentar qualquer um”, disse Abbas, enquanto assinava os requerimentos. “Não queremos confronto com o governo dos EUA. Queremos um bom relacionamento com Washington porque nos ajudou e fez enormes esforços. Mas como não encontramos outros meios para uma solução, isso se torna o nosso direito.”

O governo de Israel afirmou que libertaria 104 prisioneiros palestinos em quatro grupos. No entanto, as autoridades israelenses têm se recusado a liberar a última leva de prisioneiros.

Kerry esteve nesta terça-feira em Jerusalém com o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu. O americano voltou a Bruxelas para uma reunião da Otan e planejava retornar para ver Abbas em Ramallah, na Cisjordânia.

Não ficou claro o que o cancelamento pode significar para as negociações, mas Kerry insistiu que o processo de paz não estava morto. “Sobre o Oriente Médio, é prematuro tirar qualquer conclusão sobre os acontecimentos de hoje e em que pé estão as coisas”, disse.

NEGOCIAÇÕES

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Israel estuda interromper parcialmente a construção de assentamentos em territórios ocupados da Cisjordânia, disse uma fonte israelense próxima às negociações. A suspensão seria parte de um pacote proposto que incluiria a libertação de Jonathan Pollard, um espião israelense preso nos EUA, e de centenas de palestinos detidos por Israel.

Uma fonte próxima às conversas entre Netanyahu e Kerry disse que, em troca das concessões de Israel, os palestinos concordariam em estender as negociações de paz até 2015.

Israel congelou parcialmente os assentamentos em 2009 em uma tentativa de retomar as conversas de paz. Os palestinos retornaram às conversações em 2010. Elas emperraram depois de poucas semanas, quando Netanyahu se recusou a estender a moratória de 10 meses.“O (novo) congelamento dos assentamentos não inclui Jerusalém Oriental, a construção privada ou construção de instituições públicas”, disse a fonte, que pediu para não ser identificada. Os palestinos não comentaram o possível acordo. / AP, REUTERS e NYT

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