Os esforços no sentido de formar um governo palestino aceitável para os países ocidentais "voltou a zero", disse o presidente palestino, Mahmoud Abbas, neste sábado. A declaração de Abbas acontece um dia depois do premier Ismail Haniyeh, do Hamas, afirmar que ele não iria liderar uma coalizão que reconheça Israel. O presidente palestino, do Fatah, e o Hamas haviam acordado no início de setembro em formar um governo de unidade nacional, tendo feito um acordo que dizia que o governo tentaria criar um Estado palestino ao lado de Israel, o que implicaria o reconhecimento do Estado judeu por parte do governo unificado. Nesta quinta-feira, ao falar na assembléia das Nações Unidas, Abbas disse que um governo de coalizão reconheceria Israel. Neste sábado, após conversa com o presidente egípcio, Hosni Mubarak, Abbas disse aos jornalistas que "retroceder tomou o lugar" das negociações. "Infelizmente voltamos ao zero." "O "retrocesso" enfraqueceu a posição de Abbas na ONU, disse o presidente, explicando seu fracasso em obter um compromisso para retomar o processo de paz. O Hamas tem governado sozinho desde março, mas neste mês concordou em dividir o poder com o moderado Fatah, partido de Abbas, na esperança de terminar com o boicote da ajuda internacional à Autoridade Palestina. O presidente palestino negou neste sábado, que houve conversas secretas entre os palestinos e os israelenses. Questionado sobre possíveis encontros com o premier de Israel, Ehud Olmert, Abbas afirmou que "estamos prontos para nos encontrar a qualquer momento, em qualquer lugar, sem condições".