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Abe é favorito em eleições antecipadas no Japão

Pesquisas mais recentes apontam para uma ampla vitória de seu Partido Liberal Democrata (PLD)

Atualização:

O primeiro-ministro Shinzo Abe é favorecido nas eleições legislativas antecipadas de domingo no Japão, convocadas por ele para reforçar seu mandato à frente da terceira economia mundial. As pesquisas mais recentes apontam para uma ampla vitória de seu Partido Liberal Democrata (PLD), nacionalista, depois de uma campanha dominada por questões econômicas e a ameaça da Coreia do Norte.

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Abe, de 63 anos, decidiu em setembro dissolver o Parlamento e adiantar as eleições em um ano para enfrentar os escândalos de favoritismo e a derrota histórica de seu partido no governo de Tóquio em julho, agora nas mãos de sua carismática rival conservadora Yuriko Koike.

Algumas horas antes do anúncio oficial das legislativas antecipadas, Koike surpreendeu com a criação de uma nova formação, o Partido da Esperança. A líder de direita, de 65 anos, que foi uma famosa jornalista da televisão japonesa, foi ministra do governo Abe e compartilha seu nacionalismo, mas sua decisão de não se apresentar pessoalmente nas eleições a fez cair nas pesquisas.

Eleição é amplamente vista como uma tentativa de se aproveitar da recente melhora nonível de apoio a Shinzo Abe Foto: EFE/FRANCK ROBICHON

"Qualquer partido, para ser credível, precisa ter um candidato ao cargo de primeiro-ministro. Deveriaser ela, mas ela desistiu e agora temos um navio sem capitão", explica Michael Cucek, especialista em política japonesa da universidade Temple de Tóquio.

Muitos membros do Partido Democrático, de oposição, o abandonaram para se juntar a Koike, enquanto um novo partido, chamado Partido Democrata Constitucional, surgiu. Além disso, seu programa não é muito diferente daquele apresentado pelo PLD de Abe, uma formação que ocupou o poder no Japão quase sem interrupção desde 1955.

O governo de Abe colocou em marcha a "abenomics", uma política econômica para enfrentar o envelhecimento da população e a deflação que mina a economia há décadas. Nos últimos dez anos, o Japão experimentou um longo período de crescimento, embora a baixa taxa de desemprego esconda em realidade uma precariedade do trabalho importante.

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Koike critica Abe por não ter realizado reformas estruturais mais contundentes e prometeu congelar o aumento em dois pontos do imposto sobre o valor acrescentado (IVA), até 10%.  A líder conservadora concorda com Abe quanto a necessidade de modificar a constituição pacifista de 1947, que obriga o país a renunciar "para sempre" à guerra.

De acordo com as últimas pesquisas, o PLD conquistaria pelo menos 300 assentos e poderia formar uma coalizão com o seu aliado, o partido Komeito, com uma maioria de dois terços que permitiria a constituição ser alterada. /AFP

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