Abu Hamza comparece a tribunal em caso de extradição aos EUA

O clérigo radical islâmico foi condenado por incitação a assassinato e ao ódio racial. Autoridades americanas o acusam de participação no seqüestro de 16 turistas ocidentais no Iêmen em 1998, que acabou com a morte de quatro reféns

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Por Agencia Estado
Atualização:

O clérigo radical islâmico Abu Hamza, condenado em fevereiro passado no Reino Unido a sete anos de prisão por incitação a assassinato e ao ódio racial, compareceu nesta quarta-feira ao tribunal de Bow Street, em Londres, para tratar de sua possível extradição aos Estados Unidos. O caso foi adiado para 19 de julho, depois que Hamza, de 48 anos, compareceu ao tribunal brevemente por vídeoconferência, a partir da prisão britânica onde está detido, informaram fontes judiciais. Os advogados que representam os EUA e o clérigo radical apresentaram uma declaração conjunta que adia o caso de extradição por 28 dias, enquanto se resolve o recurso. Uma vez resolvido, o governo americano deve tentar conseguir a "entrega temporária" de Hamza em virtude da lei de extradição de 2003, o que permitiria que ele fosse julgado nos EUA. As autoridades americanas formularam onze acusações contra o clérigo, entre elas, sua suposta participação no seqüestro de 16 turistas ocidentais no Iêmen em 1998, que acabou com a morte de quatro reféns. Além disso, Washington acusa Hamza de organizar um campo de concentração nos EUA, a fim de formar combatentes para lutar na guerra do Afeganistão em 2001. Quando o julgamento terminasse, Hamza retornaria ao Reino Unido para completar sua pena de prisão neste país, antes de ser extraditado novamente aos EUA para cumprir a sentença que pode receber em território americano. Em fevereiro passado, o tribunal penal de Old Bailey, em Londres, condenou Hamza a sete anos de prisão por incitar em seus sermões o assassinato de não muçulmanos e judeus, e por outras acusações relacionadas ao terrorismo. O imame tornou-se famoso no Reino Unido devido seus sermões contra o Ocidente feitos na mesquita de Finsbury Park, ao norte de Londres, até maio de 2004, quando foi detido pela brigada antiterrorista da Scotland Yard em sua casa, no oeste de Londres.

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