PUBLICIDADE

Achados rastros de radiação no escritório de Berezovsky

Polônio 210 seria a causa da morte por envenenamento de ex-espião russo

Por Agencia Estado
Atualização:

A polícia londrina, que investiga o assassinato do ex-agente russo Alexander Litvinenko, encontrou nesta segunda rastros do metal radioativo polônio 210 em dois edifícios no bairro londrino de Mayfair, informa o jornal The Independent. A substância seria aparentemente a causa da morte do ex-agente, envenenado havia duas semanas quando jantava no Millenium, também localizado no bairro Mayfair. Um dos lugares onde a substância foi encontrada é um prédio de cinco andares que abriga no quarto andar a empresa de segurança Erinys. Segundo o The Indepent, este prédio seria de propriedade do magnata russo Boris Berezovsky, considerado inimigo do presidente russo Vladimir Putin na Inglaterra. Entre os negócios do magnata russo estão investimentos em clubes de futebol, como por exemplo a parceria Corinthians com a MSI. O jornal explica que cientistas em radiação gastaram mais de oito horas procurando resquícios do metal em diversos locais, entre eles o prédio do magnata, localizado na rua Grosvenor, 25. A substância teria sido encontrada no assoalho de uma sala do edifício. O outro lugar onde a substância teria sido encontrada, também no bairro Mayfair, fica na rua Piccadilly, 7. A polícia inglesa, explica o The Independent, chegou aos locais após seguir os movimentos de Litvinenko em 1 novembro, dia em que ele foi envenenado. O jornal diz que "Berezovsky, um dos primeiros bilionários a emergir na Rússia após a queda do Comunismo, tem um portfólio de propriedades extenso, entre eles o prédio na Grosvenor, 25". Berezovsky era amigo próximo e já havia contratado os serviços do ex-espião, diz o The Independent. A substância radiotiva polônio 210 foi encontrada em grande quantidade em uma amostra de urina do ex-espião, que morreu na última quinta-feira. Aliados de Putin creditaram a Berezovsky a culpa pela morte. Segundo agências internacionais, Berezovsky fez sua fortuna em duvidosos acordos de privatização durante o colapso soviético e tornou-se protegido do Kremlin sob o mandato de Boris Yeltsin, mas perdeu seu favoritismo com Putin e fugiu para a Inglaterra em 2000 a fim de evitar uma investigação por lavagem de dinheiro, a qual, segundo ele, tinha motivos políticos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.