Acidente mata 1 em passeata contra Israel em SP

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Por Agencia Estado
Atualização:

A manifestação do Comitê Brasileiro de Solidariedade ao Povo Palestino, nesta quinta-feira em São Paulo, terminou com uma pessoa morta, em um atropelamento. Durante a passeata, que seguia do Masp, na Avenida Paulista para o Consulado dos Estados Unidos em São Paulo, na Rua Padre João Manoel, um dos caminhões de som que acompanhava os manifestantes perdeu o freio e atropelou três pessoas. Thomas de Aquino Campos, de 70 anos, foi socorrido pela equipe de resgate dos Bombeiros, mas já chegou morto, às 13h26, no pronto-socorro do Hospital das Clínicas, segundo boletim divulgado pela assessoria de imprensa da entidade. Ele sofreu um grave ferimento na cabeça e perdeu muito sangue. O boletim não explica qual foi a causa da morte. Cláudio Pereira de Souza, de 45 anos, sofreu uma lesão leve na perna direita, e foi liberado. George Khuriyeh, de 72 anos, pai do deputado estadual Salvador Khuriyeh (PSB-SP), teve escoriações leves e também foi liberado. O acidente só não teve maiores proporções porque alguns participantes da passeata conseguiram segurar o carro, uma van relativamente antiga da Chevrolet. O carro se encontrava no começo da descida da rua e no meio da passeata. Havia também um caminhão de som, no início da manifestação. Enquanto a equipe de resgate socorria os feridos, a passeata seguiu pela Padre João Manuel em direção ao Consulado dos Estados Unidos. Um grupo de manifestantes ficou no local do acidente para ajudar no socorro às vítimas. Ela começou às 10 horas, no Masp, e terminou por volta das 13h, no consulado. "Escolhemos ir ao consuladonorte-americano, e não israelense, porque achamos que eles precisam se manifestar e como têm controle sobre a ONU (organização das Nações Unidas), podem fazer pressão para o envio de uma força de paz ao Oriente Médio", explicou Alcides Amazonas, do PCdoB, um dos coordenadores do comitê. Na concentração em frente ao Consulado houve queima de bandeiras norte-americanas. Ovos foram jogados contra a guarita de segurança do prédio. A pedido dos próprios organizadores do ato, os manifestantes deixaram de atirar ovos, mas representantes do consulado já haviam considerado muito agressivo o comportamento do público e o apontaram como justificativa para a decisão da cônsul geral, Carmem Martinez, de não receber uma comissão de manifestantes como reivindicava o Comitê de Solidariedade. Segundo o deputado estadual Jamil Murad, do PCdoB, os manifestantes pretendiam entregar a Carmem um manifesto pedindo a gestão dos Estados Unidos junto à ONU para o envio de uma força de paz ao Oriente Médio. Durante a passeata, crianças do Colégio Islâmico Brasileiro e representantes do povo palestino na cidade gritaram morte a Sharon, se referindo ao primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, que invadiu territórios palestinos na Cisjordânia e mantém o presidente da Autoridade Palestina, Yasser Arafat preso em seu quartel-general em Ramallah, na Cisjordânia. A Policia Militar estimou o número de manifestantes entre 300 e 400 pessoas, mas os organizadores disseram que o ato chegou a reunir quase 4 mil pessoas entre a caminhada iniciada no Masp e a concentração em frente ao consulado. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) estimou em dois mil os participantes da passeata. Mulheres usando lenços, homens e crianças cobrindo o rosto e só deixando os olhos à mostra, gritavam contra Israel e mostravam faixas em que apontavam que os judeus estavam se equiparando aos nazistas por conta da violência contra o povo palestino. Diver sos políticos de partidos como o PSB, PDT, PT, PPS, PSDB, PMDB, além de representantes de várias igrejas, participaram da passeata, além de sindicatos e do Movimento dos Sem Terra (MST).

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