
11 de maio de 2020 | 05h29
Um navio de guerra iraniano atingiu acidentalmente outro navio com um míssil durante um exercício, matando 19 marinheiros e ferindo outros 15, informou a marinha iraniana nesta segunda-feira, 11.
O incidente ocorreu durante o treinamento no Golfo de Omã, uma hidrovia sensível que se conecta ao Estreito de Ormuz, por onde passa um quinto do petróleo mundial. O Irã realiza regularmente exercícios na área.
A fragata Jamaran disparou contra um alvo de treinamento lançado por um navio de apoio, o Konarak. No entanto, o navio de apoio ficou muito perto do alvo e foi atingido, disse a emissora estatal IRIB.
"O incidente ocorreu no perímetro do porto de Bandar-e Jask, no sul do Irã, no Golfo de Omã, durante exercícios da Marinha iraniana no domingo à tarde, em que 19 marinheiros foram mortos e 15 outros ficaram feridos", disse a TV estatal, citando a marinha.
A agência de notícias Fars citou um oficial militar não identificado como negando algumas notícias da mídia iraniana de que o Konarak havia afundado.
O comunicado da Marinha disse que estão sendo realizadas investigações sobre a causa do incidente, informou a agência de notícias estudantil ISNA.
O IRIB disse que o navio Konarak, fabricado na Holanda, comprado antes da revolução islâmica do Irã em 1979, foi revisado em 2018 e está equipado com quatro mísseis de cruzeiro.
O incidente ocorreu em um momento de tensões aumentadas entre o Irã e os Estados Unidos desde 2018, quando os americanos se retiraram de um acordo nuclear entre as principais potências e o Irã, e Washington reimprimiu as sanções contra Teerã.
A animosidade se intensificou no início de janeiro, quando um ataque aéreo dos EUA em Bagdá matou o principal comandante militar iraniano Qassim Suleimani. O Irã retaliou em 9 de janeiro disparando mísseis contra bases militares dos EUA no Iraque. Mais tarde naquele dia, as forças armadas do Irã derrubaram um avião ucraniano, matando todas as 176 pessoas a bordo, no que os militares reconheceram mais tarde como um erro. / Reuters
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.