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Acordo evita tensão entre La Paz e Brasília

Por Denise Chrispim Marin e BRASÍLIA
Atualização:

Um potencial atrito entre a Bolívia e o Brasil deve ser contornado hoje por um acordo entre a construtora Queiroz Galvão e a estatal Agência Boliviana de Estradas (ABC, na sigla em espanhol). Na última quarta-feira, a empresa retirou sua cobrança adicional de US$ 45 milhões para a recuperação de um trecho da rodovia Tarija-Potosi, aceitou o valor original da obra, de US$ 226 milhões, e repassou sua conclusão para sua concorrente OAS. Em contrapartida, pediu ao governo boliviano o ressarcimento de US$ 15 milhões referentes às despesas que acumulou com os processos de arbitragem que venceu em 2002. A resposta oficial da ABC e do Ministério de Obras Públicas será conhecida hoje e permitirá a recuperação de fissuras no asfalto observadas no trecho inicial de 273 quilômetros da rodovia e a construção dos 160 quilômetros restantes. Até ontem à noite o governo boliviano indicava que concordaria até mesmo com a exigência extra da Queiroz Galvão, que não está relacionada com a rodovia. À imprensa, a ABC informou ontem que o governo pagará os US$ 15 milhões devidos à construtora, conforme a disponibilidade do Tesouro do país. Como resultado da intermediação do cônsul-geral da Bolívia em São Paulo, Jaime Valdívia Almanza, a OAS assumirá a obra. Contatada pelo Estado, a companhia não quis dar informações sobre o projeto. A construção da rodovia foi financiada pelo Programa de Financiamento às Exportações (Proex, gerido pelo Banco do Brasil) e pela Corporação Andina de Fomento (CAF), mas a obra está paralisada desde que foram detectadas as falhas na execução do projeto, há mais de um ano.

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