12 de agosto de 2010 | 00h00
Para garantir a estabilidade para o restabelecimento das relações diplomáticas, o acordo entre Colômbia e Venezuela prevê a criação de cinco comissões bilaterais para tratar dos principais problemas. A ministra de Relações Exteriores colombiana, María Angela Holguín, se reunirá com o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, em Caracas, no dia 20. Os dois devem definir como funcionarão as comissões e quem as integrarão.
Para Bogotá, a principal comissão é a que discutirá o pagamento das dívidas venezuelanas de US$ 800 milhões com exportações colombianas. Outro grupo deve restaurar o comércio bilateral.
A retomada das relações deve aliviar as restrições de importações colombianas para Caracas, mas podem não causar o efeito esperado por Hugo Chávez na economia por causa da desvalorização da moeda venezuelana. A recessão é hoje a principal ameaça para o governo chavista nas eleições legislativas de setembro e, caso a aproximação com Bogotá não mostre resultados rapidamente, Chávez pode retomar seu discurso duro contra a Colômbia, ameaçando as negociações diplomáticas.
Outras comissões discutirão questões envolvendo a infraestrutura e investimentos sociais na fronteira e a segurança dos dois países, como ações conjuntas de vigilância para evitar que grupos armados busquem abrigo em território venezuelano, tema delicado em Caracas.
No passado, Chávez defendeu a legitimidade das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), mas chegou perto de um conflito armado quando foi acusado por Bogotá de abrigar guerrilheiros no país.
TEMAS BINACIONAIS
Pagamento da dívida
Garantirá que Caracas pague débitos adquiridos com exportações colombianas
Infraestrutura
Acordo para saída de produtos venezuelanos para o Pacífico
Acordo econômico
Revitalizará comércio bilateral
Investimento social
Projetos conjuntos na fronteira
Segurança
Vigilância contra guerrilheiros
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