13 de setembro de 2013 | 09h09
(Atualizada às 16h35) GENEBRA - A Rússia e os Estados Unidos concordaram nesta sexta-feira, 13, em retomar os esforços pela realização de uma conferência de paz sobre a Síria, ampliando o escopo da atual discussão voltada para a eliminação das armas químicas no país do Oriente Médio. Após uma nova reunião em Genebra para discutir o plano russo de desarmamento, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e o chanceler russo, Sergei Lavrov, prometeram atuar conjuntamente para tentar acabar com o conflito, que já dura dois anos e meio e causou mais de 100 mil mortes.
Uma nova reunião foi marcada para daqui a duas semanas, durante a sessão anual da Assembleia-Geral da ONU, em Nova York. Eles esperam obter avanços em Genebra na questão do desarmamento químico, para então marcar a data para uma conferência de paz.
Kerry deve se encontrar com premiê de Israel
"Estamos comprometidos em tentar trabalhar juntos, começando com esta iniciativa sobre as armas químicas, na esperança de que esses esforços possam ser recompensados e trazer a paz e a estabilidade para uma parte do mundo dilacerada pela guerra", disse Kerry numa entrevista coletiva conjunta. O futuro dessa colaboração, acrescentou ele, "dependerá da capacidade de termos sucesso aqui nas próximas horas e dias a respeito do assunto das armas químicas".
Já Lavrov disse que a discussão sobre as armas químicas ocorrerá paralelamente ao trabalho preparatório para a conferência de paz de Genebra.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou que Lavrov, Kerry, e o enviado da ONU Lakhdar Brahimi concordaram que só uma solução política pode acabar com a violência na Síria.
A Síria aceitou nesta semana a proposta russa que coloca seu arsenal químico sob controle internacional. Em troca, o governo de Bashar Assad espera ser poupado de um ataque dos EUA, que desejam puni-lo pelo suposto uso de gás sarin contra civis em 21 de agosto. Assad nega ter cometido esse ataque, que matou cerca de 1,4 mil pessoas.
Rússia e EUA já concordaram, meses atrás, em promover uma conferência de paz para a Síria, mas as duas potências divergem sobre quem deverá participar do evento. Moscou resiste aos apelos dos rebeldes sírios e de líderes ocidentais para que Assad dê lugar a um governo transitório.
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