PUBLICIDADE

Acusada de bruxaria, mulher morre após ser torturada em Papua Nova Guiné

Outras duas ficaram gravemente feridas após serem torturadas por moradores da aldeia de Kewabi

Atualização:

SYDNEY - Uma mulher morreu e outras duas ficaram gravemente feridas após serem torturadas pelos moradores da aldeia de Kewabi, na cordilheira central de Papua Nova Guiné, informou nesta terça-feira, 15, a imprensa local. As três mulheres, de entre 30 e 40 anos, foram amarradas e colocadas sobre uma lâmina de alumínio ardente na última sexta-feira, 11, em Kewabi, após serem acusadas de matar um vizinho por meio de bruxaria. Uma testemunha indicou que as mulheres foram torturadas durante um interrogatório pelo suposto assassinato e que a polícia não interviu para impedir o ato, segundo a emissora "Radio New Zealand". As três mulheres foram levadas a um hospital de Mendi, capital da província de Southern Highlands.

As três mulheres, de entre 30 e 40 anos, foram amarradas e colocadas sobre uma lâmina de alumínio ardente após serem acusadas de matar um vizinho por meio debruxaria. Foto: Google Maps

PUBLICIDADE

A Papua Nova Guiné possui um território montanhoso que dificulta a conexão entre os 7,5 milhões de moradores e onde as crenças sobre a magia negra estão muito arraigadas. Nos últimos seis meses foram registrados pelo menos 27 casos relacionados com bruxaria, muitos deles fatais e com vítimas cada vez mais jovens.

+ Membros do Estado Islâmico executam duas pessoas acusadas de bruxaria

A Papua revogou em 2013 a Lei de Bruxaria vigente desde 1971, que proibia praticar "magia negra ou feitiços para causar dano" e permitia executar as pessoas acusadas de bruxaria, apesar destas acusações serem difíceis de provar. O parlamento local aprovou neste ano várias emendas ao Código Penal para que a pena de morte seja aplicada para sancionar os assassinatos, as violações agravadas ou em grupos ou contra menores de 10 anos.

+ 'Campos de feitiçaria’ recebem mulheres acusadas de magia negra Em meados de janeiro, um tribunal declarou culpadas 97 pessoas acusadas de assassinar em 2014 outras sete, às quais consideravam autoras de supostas práticas de bruxaria. /EFE

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.