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Acusado de plágio, presidente húngaro renuncia diante do Parlamento

Escândalo surgiu após revista divulgar que grande parte da tese de doutorado foi copiada de diversas fontes

Por Efe
Atualização:

BUDAPESTE - O presidente da Hungria, Pál Schmitt, anunciou sua renúncia nesta segunda-feira, 2, diante do Parlamento, depois de ser acusado de plagiar sua tese de doutorado. O escândalo veio à tona após a revista "HVG" ter divulgado em janeiro que grande parte da tese do presidente teria sido copiada de diversas fontes. Depois de averiguar as tais denúncias, a Universidade de Medicina "Semmelweis" de Budapeste decidiu cancelar o título de doutor de Schmitt na última quinta-feira.

 

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Em seu discurso, Schmitt assegurou que decidiu renunciar porque seu caso acabou dividindo a opinião pública e um presidente tem que "simbolizar a unidade da nação". "Diante desta situação, me sinto na obrigação de terminar meu serviço e renunciar meu mandato presidencial", declarou Schimitt. O ex-presidente da Hungria criticou a comissão que decidiu tirar seu título e afirmou que os mesmos tomaram essa decisão sem conhecer sua postura. Antes de finalizar, Schimitt ainda anunciou que apelará essa decisão e levará o caso até os Tribunais.

 

Em comunicado divulgado anteriormente, a Universidade comunicou que uma grande parte da pesquisa do agora ex-presidente consistiu na tradução literal de outras fontes, que, por sinal, não constavam nas notas do trabalho acadêmico. Sob o título "Análise do programa dos Jogos Olímpicos modernos", a tese foi aprovada em 1992, dezoito anos antes de Schmitt assumir o cargo de presidente da Hungria apoiado pelo governante e conservador partido Fidesz.

 

Durante sua Presidência, Schimitt apoiou a política do primeiro-ministro, Viktor Orbán, e aprovou algumas polêmicas leis contra liberdade de imprensa e a separação de poderes, ambas criticadas amplamente pela União Europeia e pelos Estados Unidos. Segundo a legislação húngara, o Parlamento possui um mês para escolher o novo presidente do país.

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