Acusado de seqüestrar jornalista dos EUA diz que ele está morto

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Um militante muçulmano nascido na Grã-Bretanha admitiu nesta quinta-feira ter seqüestrado o correspondente do The Wall Street Journal Daniel Pearl, no Paquistão, e afirmou acreditar que o jornalista esteja morto. Autoridades paquistanesas negaram a morte de Pearl e a diretoria do jornal nos EUA expressou confiança de que ele esteja vivo. "Pelo que eu saiba, ele está morto", disse Ahmed Omar Saeed conhecido também como xeque Omar, diante de um tribunal da cidade de Karachi, onde Pearl desapareceu em 23 de janeiro quando recolhia material para um artigo sobre os militantes islâmicos. Saeed disse que fez seqüestro pela própria vontade. "Não quero defender este caso. Apenas fiz isto", afirmou Saeed, de 27 anos, tem antecedentes em sequestros de ocidentais. Ele compareceu diante do tribunal acompanhado por um forte esquema de segurança. Saeed foi acusado formalmente de seqüestro e ficará detido por mais pelo menos duas semanas. A polícia e outras autoridades colocaram em dúvida a afirmação de Saeed sobre a suposta morte do jornalista. O acusado não disse, por exemplo, onde Pearl, de 38 anos, teria sido morto, e, além disso, um dia antes havia dito que o jornalista estava vivo. "Enquanto não encontrarmos o corpo não podemos crer no que disse Omar", afirmou o ministro do Interior paquistanês, Moinuddin Haider, à Associated Press por telefone. "Precisamos de provas. Continuaremos interrogando o suspeito". O porta-voz da chancelaria, Mohamed Aziz Khan, também desmentiu a afirmação de Saeed. "Este cavalheiro tem feito várias declarações e logo depois as desmente", disse. "Não podemos dar nenhuma credibilidade a nenhuma dessas declarações sujas". O porta-voz da Dow Jones & Co., Steven Goldstein, organização que publica o diário norte-americano, disse que não tinha informações sobre a declaração de Saeed. "Mantemos as esperanças", afirmou. "Ainda acreditamos que Danny (apelido de Pearl) esteja vivo". Leia o especial

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.