13 de abril de 2010 | 16h21
Um homem acusado de ajudar a matar quase 28 mil judeus em um campo de concentração nazista durante a Segunda Guerra Mundial disse nesta terça-feira em um tribunal em Munique, no sul da Alemanha, que é "uma das vítimas de Hitler".
John Demjanjuk, de 90 anos, nega ter sido guarda do campo de prisioneiros de Sobibor, durante a ocupação nazista da Polônia.
Em declaração lida por seu advogado no tribunal, ele disse que foi "deportado à força para a Alemanha" e usado para "trabalho escravo".
"Eu acho uma injustiça insuportável que a Alemanha esteja tentando transformar a mim, um prisioneiro de guerra, em um criminoso de guerra com este julgamento", disse a nota.
Ele disse que considera o julgamento uma forma de tortura.
"Responsabilizo a Alemanha por ter perdido minhas razões para viver", prossegue a nota.
A família do réu, que nasceu na Ucrânia e trabalhou na indústria automobilística nos Estados Unidos, disse que o estado de saúde dele é precário e que é pouco provável que ele sobreviva ao julgamento.
Segundo julgamento
A mensagem foi a primeira emitida por Demjanjuk desde o início de seu julgamento, em novembro de 2009.
O réu permaneceu imóvel enquanto a declaração era lida. Médicos dizem que ele tem condições de ser julgado embora com limitações auditivas.
Esta foi a segunda vez que John Demjanjuk apareceu em um tribunal.
Há duas décadas ele foi sentenciado à morte em Israel, condenado por ser um guarda no campo de extermínio de Treblinka apelidado de Ivã, o Terrível, por seus métodos sádicos.
Mas a sentença foi anulada após o surgimento de provas de que outra pessoa seria provavelmente o guarda com esse apelido.BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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