WASHINGTON - O financista americano Jeffrey Epstein, que está preso, pagou no ano passado a duas potenciais testemunhas buscando influenciá-las no caso de tráfico sexual contra ele, disseram procuradores na sexta-feira.
Numa ação na corte federal de Manhattan, procuradores disseram que Epstein fez um pagamento total de US$ 350 mil para duas pessoas não identificadas,que provavelmente dariam um testemunho comprometedor contra ele, revelou nesta sexta-feira o jornal The New York Times. A acusação é parte da moção dos procuradores para manter Epstein na cadeia enquanto ele aguarda julgamento. Os procuradores querem demonstrar que Epstein tem um histórico de obstruir investigações.
Os advogados de Epstein não responderam imediatamente a pedidos por comentários.
Epstein, de 66 anos, foi preso em 6 de julho em New Jersey, quando voltava em seu avião particular de Paris. Ele se declarou inocente das acusações de tráfico de pessoas e conspiração.
Procuradores disseram que souberam dos pagamentos a possíveis testemunhas a partir de registros financeiros obtidos de um banco não identificado. Os registros também mostram que Epstein tem um patrimônio líquido superior a US$ 500 milhões e fatura mais de US$ 10 milhões por ano.
Os procuradores pedem que o juiz Distrital Richard Berman mantenha Epstein na prisão enquanto ele aguarda julgamento. Epstein já tentou ser libertado da cadeia para que continue sob prisão domiciliar em sua mansão em Manhattan.
De acordo com o indiciamento, Epstein arranjou para que garotas menores de 18 anos fizessem “massagens” nuas além de outros atos sexuais, e pagava algumas meninas para que trouxessem amigas, pelo menos entre 2002 e 2005. Procuradores disseram que uma busca na casa de Epstein no último sábado resultou em imagens de garotas menores de idade nuas.
Os pagamentos dos supostos subornos foram feitos depois que o jornal The Miami Herald revelou que o magnata tinha negociado um acordo secreto com as autoridades da Flórida.
O caso levou ontem à renúncia do secretário de Trabalho dos EUA, Alexander Acosta, acusado de ter dado um tratamento favorável a Epstein em 2008, quando era promotor nesse Estado. O acordo alcançado com Epstein exigia que ele admitisse apenas um crime, de solicitar prostituição, e ser fichado como delinquente sexual. / REUTERS e AFP