Adesão à UE sofre resistência no Leste Europeu

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Por Agencia Estado
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Apesar de os governos do Leste Europeu terem feito de tudo nos últimos anos para convencer a União Européia (UE) a aceitar a ampliação do bloco para incluí-los, nem toda a população dos países que foram convidados a ingressar na UE está de acordo. A partir de maio de 2004, dez novos países farão parte da UE. Antes, porém, esses governos terão que realizar plebiscitos para que a população aprove o ingresso no mercado europeu. Apesar de a margem necessária de 50% favorável à integração não estar ameaçada, políticos terão que saber lidar com os resultados, que mostrarão que nem toda a sociedade do leste europeu acredita que ganhará ao fazer parte do bloco. Segundo uma pesquisa feita pela Fundação Grupo de Pesquisa de Opinião da Europa Central, os checos são os que apresentam maior resistência em fazer parte da UE. Entre a população que conta apenas com educação primária, 43,2% se diz contrária à entrada do país na UE. Na Polônia, 27,5% da população rural afirmou que se opõe à entrada do país na UE. O temor dos produtores agrícolas é de que a competição com os produtos da UE venha a levá-los à falência. O curioso é que, nas reuniões ministeriais em Bruxelas, são os representantes dos países da UE que afirmam temer a invasão de produtos agrícolas da Polônia. Assim como na República Checa, os poloneses com educação universitária são favoráveis à UE. Nas cidades, 83% dos poloneses afirmam que estão ávidos para fazer parte do bloco europeu. Mas entre os dez países que irão fazer parte da UE no próximo ano, ninguém está mais entusiasmado com a idéia do que a Hungria. A pesquisa mostra que 75,1% da população acredita que o ingresso no bloco terá um efeito positivo para o país. "Nos últimos cem anos, perdemos as duas guerras mundiais, 50% de nosso território e ainda sofremos a intervenção dos soviéticos. Queremos deixar de estar do lado dos perdedores", afirma o advogado húngaro Levente Albert, explicando a razão pela qual tantos em seu país querem ingressar na União. O país ainda será o primeiro a realizar o plebiscito, marcado para o dia 12 de abril. A Eslováquia, a República Checa e a Polônia realizarão a votação em junho, enquanto a Estônia faz o seu em setembro. Malta, Lituânia, Letônia e Eslovênia ainda não anunciaram suas datas.

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