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Adesão turca ainda patina na UE

Após 5 anos de conversa, só 1 dos 35 itens foi concluído

Por Jamil Chade e ISTAMBUL
Atualização:

Apesar do papel central na nova estratégia européia de abastecimento de energia - hoje o país assina com sócios europeu um tratado para a instalação de um gasoduto que reduzirá a dependência do fornecimento russo do gás da Geórgia -, a Turquia ainda não conseguiu convencer os líderes políticos a aceitar Ancara como membro da União Européia. Nas eleições para o Parlamento Europeu, há um mês, políticos fizeram campanha prometendo não aceitar a Turquia no bloco europeu. Por anos, a Europa Ocidental usou diferentes argumentos para recusar a idéia de ter os turcos no mesmo grupo - insinuando até mesmo que um país de maioria muçulmana não teria lugar num bloco cristão. Há um mês, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, não hesitaram em emitir um recado duro: "A Europa precisa ter suas fronteiras", rejeitando a adesão turca. Cinco anos depois do lançamento nas negociações para a adesão da Turquia à UE, menos da metade da opinião pública turca é favorável à entrada no bloco. Segundo Hasam Selim Ozertem, da Organização Internacional de Pesquisas Estratégicas de Ancara, quando o processo de adesão foi oficialmente lançado, 80% dos turcos apoiavam a entrada do país para o bloco. "Hoje, há um sentimento de que esse processo não era sério", disse. Em 2004, 35 itens das negociações foram iniciados, sobre os mais diversos tópicos. Mas desde então, apenas um dos capítulos - o que trata de questões culturais - foi fechado.

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