Adolescente se explode e mata 31 no Paquistão

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ISLAMABADUm jovem terrorista suicida matou pelo menos 31 recrutas do Exército paquistanês ontem em Mardan, 150 km a noroeste da capital, Islamabad, na manhã de ontem. De acordo com as autoridades do país, o homem-bomba era um adolescente que entrou no quartel usando um uniforme escolar. A explosão ocorreu no local onde os cadetes realizavam seus exercícios e deixou 42 feridos.Um comunicado do Exército afirmou que o rapaz entrou no quartel e detonou os explosivos que carregava, sem especificar sua idade. Um agente de inteligência relatou à agência Reuters que ele parecia ter 12 anos. Segundo o policial Samad Kahn, um exame no que sobrou do corpo do terrorista indicou que ele seria um adolescente, o que é muito comum em atentados suicidas no Paquistão. Funcionários do governo, porém, afirmaram mais tarde que o terrorista seria mais velho e teria cerca de 18 anos. O Taleban assumiu a autoria do ataque, mas contou uma versão diferente. A milícia afirmou que o suicida era um recruta do quartel que se apresentou como voluntário para o atentado. "Ele queria sacrificar sua vida pelo Islã. Aceitamos sua oferta e dissemos a ele que tivesse como alvo seus colegas soldados em Mandan", disse o porta-voz do grupo fundamentalista, Ahsanullah Ahsan, à Associated Press.Ex-soldados paquistaneses já se tornaram suspeitos de autorias de ataques no Paquistão, mas um atentado suicida realizado por um membro da ativa é considerado raro, segundo os analistas.O Exército paquistanês vem lançando várias ofensivas contra muçulmanos radicais na região tribal ao longo da fronteira com o Afeganistão. Segundo o Taleban, a corporação "está trabalhando para os interesses americanos no Paquistão".Em março de 2010, dois terroristas suicidas mataram pelo menos 45 pessoas em Lahore - 9 eram militares. Em 2009, militantes do Taleban disfarçados de soldados atacaram o quartel do Exército em Rawalpindi e fizeram 42 reféns em um prédio próximo ao local."Parece que o Taleban ainda é uma força muito poderosa, pois continua atacando, mesmo tendo ficado quieto por um tempo", disse o ex-general Talat Masood.A tensão tomou conta do complexo militar atacado ontem. O local foi rapidamente cercado após a explosão. Os motoristas que traziam os caixões eram revistados. Segundo o Exército, todos os mortos eram cadetes exceto um, que atuava como instrutor dos recrutas. O mesmo quartel, que serve de campo de treinamento para diversos cursos militares, havia sofrido um atentado em 2006, quando um suicida matou 35 soldados. / AP e REUTERS