Advogado brasileiro teve 2ª audiência na Justiça americana

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Por Agencia Estado
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O advogado paulista Nelson Tabacow Felmanas, de 61 anos, teve sua segunda audiência com a Justiça americana na manhã desta sexta-feira e terá de esperar até o dia 20 de novembro para ouvir a decisão da Justiça americana a respeito das três acusações criminais pendentes contra ele. Seu advogado Martin L. Schmukler, dono da firma de advocacia Martin L. Schmukler, afirmou que não há impedimento legal que o obrigue a ficar nos EUA até novembro. Felmanas foi preso no dia 15 de setembro, no aeroporto LaGuardia, em Queens, no balcão de check-in da primeira classe da United Airlines, depois de uma brincadeira feita com a atendente da companhia aérea. Felmanas chegou ao aeroporto na tarde de sábado, dia 15, por volta do meio-dia para pegar o vôo da United das 16 horas rumo a Chicago, de onde faria conexão para Londres para visitar sua filha e seus dois netos. Segundo o advogado, o clima estava tenso, e a atendente começou a interrogá-lo - de uma forma mais detalhada do que de costume - sobre o conteúdo de suas bagagens. Depois de ter emitido o cartão de embarque, a atendente perguntou para Felmanas se ele carregava objetos metálicos ou pontiagudos nas suas malas. Numa tentativa de "aliviar a tensão", ele respondeu: "Não, só dois revólveres e uma dinamite". Mas a "saída à brasileira", como ele mesmo descreveu, referindo-se ao costume dos brasileiros de fazer brincadeiras e piadas, não deu certo. A atendente chamou seus supervisores, e o advogado foi preso em flagrante e levado à delegacia, acusado de ter obstruído a administração pública, fornecido falsas informações às autoridades e falsa comunicação. Felmanas ficou preso das 13 horas de sábado até às 19 horas de domingo, depois de a fiança de US$ 1,000 ter sido paga por Schmukler. A data para a defesa de Felmanas foi estipulada na manhã desta sexta, na segunda audiência realizada com a Justiça americana, na Corte Criminal de Queens, em Nova Iorque. Schmukler está preparando os argumentos de defesa e disse acreditar que as acusações foram agravadas pelo medo que tomou conta das autoridades americanas depois do ataque do WTC. "Estou esperançoso que a Corte entenda que essas acusações não têm fundamento", afirmou. Segundo Felmanas, que se declarou arrependido, o que aconteceu foi "um absoluto mal-entendido de posturas culturais e de dificuldade de linguagem." Felmanas tem uma firma de advocacia em São Paulo e é advogado de empresários como Ângelo Calmon de Sá e Ricardo Mansur. Ele foi conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo durante a gestão de Rubens Approbato Machado, um dos que o ajudaram a procurar um advogado para defendê-lo em Nova Iorque. De acordo com Schmukler, a pena para quem é condenado por acusações como as enfrentadas por Felmanas pode chegar a um ano de prisão ou aplicação de multas, o que ele não acredita que vá acontecer com o advogado paulista. Felmanas, por sua vez, disse que está confiante na Justiça americana.

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